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Como ajudar irmãos divorciados

Como ajudar irmãos divorciados

É provável que você conheça uma pessoa divorciada — talvez várias. Isso porque o divórcio é muito comum. Por exemplo, uma pesquisa feita no Brasil em 2011 revela que 56,5% dos casais se divorciam antes de completar 15 anos de união. No mesmo ano, houve 351.153 divórcios no país.

Na Europa, “as estatísticas mostram que metade dos casais se divorciará”, relata o Instituto de Política Familiar da Espanha. Em outros países desenvolvidos, a situação é a mesma.

SENTIMENTOS CONFLITANTES

Quais são as consequências do divórcio? Uma experiente conselheira marital no Leste Europeu observou: “O divórcio apenas torna oficial o que já aconteceu — o fim de um relacionamento e a consequente separação, o que é emocionalmente muito doloroso.” Ela continua dizendo que após o divórcio é comum “surgirem sentimentos intensos como raiva, arrependimento, desapontamento, desespero e vergonha”. Às vezes esses sentimentos levam a pensamentos suicidas. “Quando o tribunal oficializa o divórcio, começa uma nova fase. Dominada por sentimentos de solidão e rejeição, a pessoa divorciada talvez pense: ‘E agora, o que vou fazer da minha vida?’”

Ao relembrar como se sentiu há alguns anos, Eva diz: “Eu ficava muito envergonhada quando meus vizinhos e colegas se referiam a mim como ‘divorciada’. Eu sentia muita raiva. Fiquei sozinha com duas crianças e tive de fazer o papel de pai e mãe para elas.” * Adam, que serviu como ancião por 12 anos, comenta: “Eu perdi minha autoestima. Às vezes, isso me deixa furioso e com vontade de me isolar de todo mundo.”

O DESAFIO DE RECUPERAR O EQUILÍBRIO

Ansiosos quanto ao futuro, alguns que se divorciam têm bastante dificuldade para recuperar o equilíbrio — mesmo anos depois do divórcio. Eles talvez concluam que ninguém se importa com eles. Além disso, uma colunista diz que a pessoa precisa “mudar seus hábitos e aprender a lidar com os problemas sozinha”.

Jorge lembra: “Quando nos divorciamos, minha ex-mulher me proibiu de ver minhas duas filhas. Eu senti como se ninguém mais se preocupasse comigo e que até Jeová tinha me abandonado. Perdi a vontade de viver. Com o tempo, percebi como eu estava enganado.” A incerteza quanto ao futuro também afetou  Vanessa: “Eu sentia que as pessoas — incluindo os irmãos — tinham deixado de se importar comigo e com meus filhos. No entanto, hoje eu vejo o quanto os irmãos nos ajudaram à medida que eu me empenhava em criar meus filhos para servir a Jeová.”

Esses comentários mostram que alguns são dominados por sentimentos negativos após o divórcio. Eles acabam criando uma imagem ruim de si mesmos, e pensam que têm pouco valor e não merecem atenção. Eles talvez comecem a criticar os que estão a sua volta. Em resultado, podem achar a congregação fria e insensível. Ainda assim, as experiências de Jorge e Vanessa mostram que uma pessoa divorciada pode se dar conta de que seus irmãos realmente se preocupam com ela. De fato, companheiros cristãos ajudam muito, mesmo que de início a pessoa não perceba.

QUANDO SENTIMENTOS DE SOLIDÃO E REJEIÇÃO SURGEM

Tenha em mente que, apesar de seus melhores esforços, um irmão divorciado talvez se sinta solitário de vez em quando. Principalmente irmãs divorciadas podem ter a impressão de que poucas pessoas se importam com elas. Alice admite: “Já faz oito anos que me divorciei. Mas às vezes ainda me sinto inferior. Nesses momentos, tenho a tendência de me isolar, chorar e ficar sentindo pena de mim mesma.”

Embora as emoções descritas aqui sejam comuns para quem tem de lidar com um divórcio, a Bíblia aconselha a não se isolar. Deixar de aplicar esse conselho poderia fazer com que a pessoa rejeitasse “toda a sabedoria prática”. (Pro. 18:1) Mas a pessoa solitária deve entender que não seria sábio procurar repetidas vezes o conselho ou consolo de alguém do sexo oposto. Dessa forma, se evitaria o risco de desenvolver sentimentos românticos inapropriados.

Nossos irmãos divorciados podem ficar vulneráveis a ansiedade, solidão e até mesmo rejeição. Devemos imitar a Jeová por reconhecer que sentimentos assim são comuns e difíceis de superar, e por apoiar lealmente nossos irmãos e irmãs. (Sal. 55:22; 1 Ped. 5:6, 7) Podemos ter certeza de que qualquer ajuda será muito apreciada. De fato, a congregação será o lugar onde eles encontrarão a ajuda de verdadeiros amigos. — Pro. 17:17; 18:24.

^ parágrafo 6 Alguns nomes foram mudados.