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‘Consolai o meu povo’

‘Consolai o meu povo’

Capítulo Trinta

‘Consolai o meu povo’

Isaías 40:1-31

1. Qual é uma das maneiras de Jeová nos consolar?

JEOVÁ é ‘o Deus que provê consolo’. Uma das maneiras de ele nos consolar é por meio das promessas que fez registrar na sua Palavra. (Romanos 15:4, 5) Por exemplo, quando morre uma pessoa amada, haveria consolo maior do que a perspectiva de vê-la ser ressuscitada no novo mundo de Deus? (João 5:28, 29) E que dizer da promessa de Jeová de acabar em breve com a perversidade e fazer da Terra um paraíso? Não é consoladora a perspectiva de sobreviver e entrar nesse Paraíso sem nunca morrer? — Salmo 37:9-11, 29; Revelação (Apocalipse) 21:3-5.

2. Por que podemos confiar nas promessas de Deus?

2 Podemos realmente confiar nas promessas de Deus? Certamente que sim! O Autor dessas promessas é totalmente confiável. Ele tem tanto a capacidade quanto a vontade de cumprir a sua palavra. (Isaías 55:10, 11) Isso ficou enfaticamente demonstrado em conexão com a declaração de Jeová, por meio do profeta Isaías, de que Ele restauraria a adoração verdadeira em Jerusalém. Consideremos essa profecia, em Isaías, capítulo 40, pois isso poderá fortalecer a nossa fé em Jeová, o Cumpridor de promessas.

Uma promessa consoladora

3, 4. (a) Que palavras de consolo, que o povo de Deus necessitaria mais tarde, registrou Isaías? (b) Por que os habitantes de Judá e de Jerusalém seriam exilados para Babilônia, e quanto tempo duraria sua servidão?

3 No oitavo século AEC, o profeta Isaías registrou palavras de consolo que o povo de Jeová necessitaria mais tarde. Logo depois de informar o Rei Ezequias da vindoura destruição de Jerusalém e da deportação do povo judeu para Babilônia, Isaías apresenta as palavras de Jeová que prometiam restauração: “‘Consolai, consolai meu povo’, diz o vosso Deus. ‘Falai ao coração de Jerusalém e clamai para ela que foi cumprido seu serviço militar, que o erro dela foi saldado. Pois ela recebeu da mão de Jeová o pleno montante por todos os seus pecados.’” — Isaías 40:1, 2.

4 “Consolai”, a palavra inicial de Isaías, capítulo 40, resume bem a mensagem de luz e de esperança do restante do livro de Isaías. Por terem se tornado apóstatas, os habitantes de Judá e de Jerusalém seriam exilados para Babilônia, em 607 AEC. Mas esses judeus cativos não serviriam para sempre os babilônios. Não, a servidão duraria apenas até que seu erro fosse “saldado”. Quanto tempo isso levaria? Segundo o profeta Jeremias, 70 anos. (Jeremias 25:11, 12) Depois disso, Jeová conduziria um restante arrependido de Babilônia de volta para Jerusalém. No 70.º ano da desolação de Judá, que consolo seria para os cativos perceberem que a prometida libertação era iminente! — Daniel 9:1, 2.

5, 6. (a) Por que a longa jornada de Babilônia a Jerusalém não impediria o cumprimento da promessa de Deus? (b) Que efeito teria sobre outras nações a volta dos judeus para a sua terra natal?

5 Babilônia ficava a uma distância de 800 a 1.600 quilômetros de Jerusalém, dependendo da rota escolhida. Impediria a longa viagem que a promessa de Deus se cumprisse? De modo algum! Isaías escreve: “Escutai! Alguém está clamando no ermo: ‘Desobstruí o caminho de Jeová! Fazei reta a estrada principal para nosso Deus através da planície desértica. Alteie-se todo vale e abaixe-se todo monte e todo morro. E o terreno acidentado terá de tornar-se terra plana e o terreno escabroso, um vale plano. E certamente se revelará a glória de Jeová, e toda a carne, juntamente, terá de vê-la, pois a própria boca de Jeová falou isso.’” — Isaías 40:3-5.

6 Antes de empreenderem uma viagem, governantes orientais não raro enviavam homens para preparar o caminho, por removerem pedras grandes e até mesmo construírem passagens elevadas e nivelarem morros. No caso dos judeus que regressariam, seria como se o próprio Deus fosse na frente, eliminando qualquer obstáculo. Afinal, era o povo que levava o nome de Jeová, e ao cumprir a sua promessa de levá-los de volta para a terra natal deles ele manifestaria a Sua glória perante todas as nações. Querendo ou não, essas nações veriam que Jeová é o Cumpridor de suas promessas.

7, 8. (a) Que cumprimento tiveram no primeiro século as palavras de Isaías 40:3? (b) Que cumprimento maior teve a profecia de Isaías em 1919?

7 A restauração ocorrida no sexto século AEC não foi o único cumprimento dessa profecia. Houve também um cumprimento no primeiro século EC. João Batista era a voz de alguém que ‘clamava no ermo’, cumprindo Isaías 40:3. (Lucas 3:1-6) Sob inspiração, João aplicou a si as palavras de Isaías. (João 1:19-23) Em 29 EC, João começou a preparar o caminho para Jesus Cristo. * A proclamação antecipada de João estimulou o povo a aguardar o prometido Messias, para que eles, por sua vez, o escutassem e o seguissem. (Lucas 1:13-17, 76) Por meio de Jesus, Jeová conduziria os arrependidos à liberdade que só o Reino de Deus pode produzir — a libertação do jugo do pecado e da morte. (João 1:29; 8:32) As palavras de Isaías tiveram um cumprimento maior na libertação do restante do Israel espiritual de Babilônia, a Grande, em 1919, e na volta deles à adoração verdadeira.

8 Mas que dizer dos que se beneficiariam do cumprimento inicial da promessa — os judeus cativos em Babilônia? Poderiam realmente confiar na promessa de Jeová de levá-los de volta para a sua amada terra natal? Certamente que sim! Com expressivas palavras e ilustrações tiradas do cotidiano, Isaías passa a apresentar-lhes motivos convincentes para terem certeza absoluta de que Jeová cumpriria a sua palavra.

Um Deus cuja palavra dura para sempre

9, 10. Como Isaías contrasta a transitoriedade da vida humana com a perenidade da “palavra” de Deus?

9 Primeiro, a palavra Daquele que prometeu a restauração dura para sempre. Isaías escreve: “Escuta! Alguém está dizendo: ‘Clama!’ E um disse: ‘O que devo clamar?’ ‘Toda a carne é erva verde, e toda a sua benevolência é igual à flor do campo. Secou-se a erva verde, murchou a flor, porque soprou sobre ela o próprio espírito de Jeová. Decerto as pessoas são erva verde. Secou-se a erva verde, murchou a flor; mas, quanto à palavra de nosso Deus, ela durará por tempo indefinido.’” — Isaías 40:6-8.

10 Os israelitas sabiam muito bem que as ervas não duram para sempre. Nas estiagens, o forte calor do sol muda-as de verde para marrom crestado. Em certos sentidos, a vida humana é como a erva — de natureza temporária. (Salmo 103:15, 16; Tiago 1:10, 11) Isaías contrasta a transitoriedade da vida humana com a perenidade da “palavra”, ou propósito declarado, de Deus. Sim, a “palavra de nosso Deus” dura para sempre. Quando Deus fala, nada pode anular as suas palavras ou impedir que se cumpram. — Josué 23:14.

11. Por que podemos confiar que Jeová cumprirá as promessas contidas na sua Palavra escrita?

11 Hoje, temos o propósito declarado de Jeová em forma escrita, na Bíblia. A Bíblia sofreu oposição amarga ao longo dos séculos, e tradutores destemidos e outros arriscaram a vida para preservá-la. No entanto, seus empenhos em si não explicam por que ela sobreviveu. Todo o mérito por sua sobrevivência cabe a Jeová, o “Deus vivente e permanecente” e Preservador de sua Palavra. (1 Pedro 1:23-25) Pense nisto: visto que Jeová preservou a sua Palavra escrita, não podemos confiar que ele cumpra as promessas contidas nela?

Um Deus forte que cuida ternamente de suas ovelhas

12, 13. (a) Por que se podia confiar na promessa de restauração? (b) Que boas novas havia para os judeus exilados, e por que podiam confiar nelas?

12 Isaías fornece um segundo motivo pelo qual se podia confiar na promessa de restauração. Quem prometeu é um Deus forte, que cuida ternamente de seu povo. Isaías continua: “Sobe tu a um monte alto, mulher portadora de boas novas para Sião. Eleva a tua voz mesmo com poder, mulher portadora de boas novas para Jerusalém. Eleva-a. Não tenhas medo. Dize às cidades de Judá: ‘Eis o vosso Deus.’ Eis que o próprio Soberano Senhor Jeová virá mesmo como alguém forte [“mesmo com força”; nota, “NM com Referências”], e seu braço governará por ele. Eis que está com ele a sua recompensa e diante dele está o salário que paga. Qual pastor ele pastoreará a sua própria grei. Com o seu braço reunirá os cordeiros; e os carregará ao colo. Conduzirá com cuidado as que amamentam.” — Isaías 40:9-11.

13 Nos tempos bíblicos, era comum as mulheres celebrarem as vitórias bradando ou cantando as boas novas de batalhas vencidas ou de vindouro alívio. (1 Samuel 18:6, 7; Salmo 68:11) Isaías indicava profeticamente que havia boas novas para os judeus exilados, novas que poderiam ser bradadas destemidamente, mesmo do alto dos montes — Jeová reconduziria seu povo para Jerusalém, que tanto amavam! Podiam confiar nisso, pois Jeová viria “mesmo com força”. Nada, pois, o impediria de cumprir a sua promessa.

14. (a) Como Isaías ilustra a maneira terna em que Jeová conduziria Seu povo? (b) Que exemplo ilustra o cuidado terno que os pastores têm com as ovelhas? (Veja o quadro, na página 405.)

14 Existe, porém, um lado terno nesse Deus forte. Isaías descreve carinhosamente como Jeová conduziria Seu povo de volta para a terra natal deles. Jeová é como um pastor amoroso que reúne seus cordeiros e os carrega “ao colo”. A palavra “colo” aqui evidentemente se refere às dobras superiores da roupa. É ali que os pastores às vezes carregavam cordeiros recém-nascidos, incapazes de acompanhar o passo do rebanho. (2 Samuel 12:3) Esse tocante aspecto da vida pastoril sem dúvida garantia ao povo exilado de Jeová que ele cuidaria ternamente deles. Com certeza, podia-se confiar que esse Deus forte, porém terno, cumpriria o que lhes prometera!

15. (a) Quando Jeová veio “mesmo com força”, e quem é o ‘braço que governa por ele’? (b) Que boas novas têm de ser proclamadas destemidamente?

15 As palavras de Isaías estão repletas de significado profético para os nossos dias. Em 1914, Jeová veio “mesmo com força” e estabeleceu seu Reino no céu. O ‘braço que governa por ele’ é seu Filho, Jesus Cristo, a quem Jeová instalou no Seu trono celestial. Em 1919, Jeová libertou da servidão à Babilônia, a Grande, seus servos ungidos na Terra e passou a restaurar plenamente a adoração pura do Deus vivente e verdadeiro. Essas são boas novas que têm de ser proclamadas destemidamente, como que bradando do alto dos montes, para que a proclamação tenha um alcance amplo. Portanto, ergamos as nossas vozes e informemos destemidamente a outros que Jeová Deus restaurou a sua adoração pura na Terra!

16. Como Jeová conduz seu povo hoje, e que padrão isso estabelece?

16 As palavras de Isaías 40:10, 11 têm ainda outro valor prático para nós hoje. É consolador notar a maneira terna de Jeová conduzir seu povo. Assim como o pastor entende as necessidades de cada ovelha — incluindo os cordeirinhos que não conseguem acompanhar o rebanho — Jeová entende as limitações de cada um de seus servos fiéis. Além disso, Jeová, como terno Pastor, estabelece um padrão para os pastores cristãos. Os anciãos têm de tratar o rebanho com ternura, imitando o amoroso interesse demonstrado pelo próprio Jeová. Precisam estar sempre atentos a como Jeová considera cada membro do rebanho, “que ele comprou com o sangue do seu próprio Filho”. — Atos 20:28.

Todo-poderoso, todo-sábio

17, 18. (a) Por que os judeus exilados podiam confiar na promessa de restauração? (b) Que perguntas que inspiram reverência fez Isaías?

17 Os judeus exilados podiam confiar na promessa de restauração, pois Deus é todo-poderoso e todo-sábio. Isaías diz: “Quem mediu as águas na mera concavidade da sua mão, e mediu as proporções dos próprios céus com o mero palmo, e incluiu numa medida o pó da terra, ou pesou os montes com o fiel e os morros na balança? Quem mediu as proporções do espírito de Jeová, e quem, como seu homem de conselho, pode fazê-lo saber alguma coisa? Com quem se consultou ele para que o faça compreender ou quem o ensina na vereda da justiça, ou lhe ensina conhecimento, ou lhe faz saber o próprio caminho do verdadeiro entendimento?” — Isaías 40:12-14.

18 Essas são perguntas que inspiram reverência, sobre as quais os judeus exilados deviam refletir. Podem os meros humanos deter as marés dos poderosos oceanos? Naturalmente que não! No entanto, para Jeová, os oceanos que cobrem a Terra são como uma gota de água na palma de sua mão. * Podem os pequeninos homens medir o vasto céu estrelado ou pesar os montes e as montanhas da Terra? Não. No entanto, Jeová mede o céu com a mesma facilidade com que um homem mede um objeto com um palmo — a distância entre a ponta do polegar e o dedo mínimo com a mão bem aberta. Deus pode, de fato, pesar montes e montanhas numa balança. Por outro lado, pode até mesmo o humano mais sábio aconselhar Deus sobre como agir nas circunstâncias atuais ou dizer-lhe o que fazer no futuro? Certamente que não!

19, 20. Que expressiva linguagem figurada usa Isaías para acentuar a grandeza de Jeová?

19 Que dizer das poderosas nações da Terra — podem elas resistir a Deus à medida que ele cumpre as suas promessas? Isaías responde, descrevendo assim as nações: “Eis que as nações são como uma gota dum balde; e foram consideradas como a camada fina de pó na balança. Eis que ele levanta as próprias ilhas como se fossem apenas pó miúdo. Até mesmo o Líbano não é suficiente para manter um fogo aceso, e seus animais selváticos não são suficientes para uma oferta queimada. Todas as nações são diante dele como algo inexistente; foram consideradas como nada e como irrealidade para ele.” — Isaías 40:15-17.

20 Para Jeová, nações inteiras são como uma gota de água que cai de um balde. Nada mais são do que a fina camada de pó que se acumula numa balança, que nenhuma diferença faz. * Suponhamos que alguém construísse um altar enorme e usasse como lenha para esse altar todas as árvores que cobrem as montanhas do Líbano. Daí suponhamos que tal pessoa oferecesse como sacrifício todos os animais que vagassem nessas montanhas. Mesmo tal oferta não chegaria à altura do que Jeová merece. Como se todas essas comparações não bastassem, Isaías recorre a uma declaração ainda mais contundente — todas as nações “absolutamente nada contam” para Jeová. — Isaías 40:17, Bíblia Vozes.

21, 22. (a) Como Isaías frisou que Jeová é incomparável? (b) As vívidas descrições de Isaías nos levam a que conclusão? (c) Que declaração solidamente científica registrou o profeta Isaías? (Veja o quadro, na página 412.)

21 Para frisar ainda mais que Jeová é incomparável, Isaías passa a mostrar a insensatez dos que fazem ídolos de ouro, de prata ou de madeira. Como é tolo imaginar que um desses ídolos possa ser uma representação apropriada daquele “que mora acima do círculo da terra” e que governa seus habitantes! — Leia Isaías 40:18-24.

22 Todas essas vívidas descrições nos levam a uma conclusão — nada pode impedir que o todo-poderoso, todo-sábio e incomparável Jeová cumpra o que promete. Que consolo e força as palavras de Isaías devem ter dado aos judeus exilados em Babilônia que ansiavam retornar para a sua terra natal! Nós hoje também podemos confiar que as promessas de Jeová para o nosso futuro se cumprirão.

“Quem criou estas coisas?”

23. Por que os judeus exilados podiam se reanimar, e o que Jeová frisou a seguir a respeito de si mesmo?

23 Os judeus exilados tinham ainda outro motivo para se reanimar. Aquele que prometera a libertação era o Criador de todas as coisas e a Fonte de toda energia dinâmica. Para frisar a sua estonteante capacidade, Jeová chamou a atenção para sua aptidão manifesta na criação: “‘A quem me podeis assemelhar de modo que eu deva ser feito igual a ele?’, diz o Santo. ‘Levantai ao alto os vossos olhos e vede. Quem criou estas coisas? Foi Aquele que faz sair o exército delas até mesmo por número, chamando a todas elas por nome. Devido à abundância de energia dinâmica, sendo ele também vigoroso em poder, não falta nem sequer uma delas.’” — Isaías 40:25, 26.

24. Falando por si, como Jeová mostrou que é sem igual?

24 O Santo de Israel falou por si. Para mostrar que é sem igual, Jeová dirigiu a atenção para as estrelas no céu. Como um comandante militar que conduz as suas tropas, Jeová comanda as estrelas. Se ele as quisesse reunir, ‘não faltaria nem sequer uma’. Embora o número de estrelas seja enorme, ele chama cada uma delas por nome, seja um nome individual, seja uma denominação comparável a um nome. Como soldados obedientes, elas mantêm-se a postos e respeitam a devida ordem, pois seu Líder é abundante em “energia dinâmica” e “vigoroso em poder”. Por conseguinte, os judeus exilados tinham motivos para confiar. O Criador, que comanda as estrelas, tem poder para apoiar seus servos.

25. Como podemos atender ao convite divino registrado em Isaías 40:26, e com que efeito?

25 Quem de nós consegue resistir ao convite divino registrado em Isaías 40:26: “Levantai ao alto os vossos olhos e vede”? As descobertas de astrônomos modernos revelam que o céu estrelado é muito mais assombroso do que parecia nos dias de Isaías. Astrônomos que perscrutam o céu com seus telescópios poderosos estimam que o Universo observável contenha 125 bilhões de galáxias. Ora, apenas uma delas — a Via Láctea — contém, segundo estimativas, mais de 100 bilhões de estrelas! Esse conhecimento deve despertar em nossos corações reverência pelo Criador e plena confiança nas suas promessas.

26, 27. Como foram descritos os sentimentos dos exilados em Babilônia, e que coisas deviam saber?

26 Sabendo que os anos no cativeiro abateriam o ânimo dos judeus exilados, Jeová inspirou Isaías a registrar antecipadamente estas palavras de garantia: “Por que razão dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: ‘Meu caminho ficou escondido de Jeová e a justiça para comigo escapa ao meu próprio Deus’? Acaso não vieste a saber ou não ouviste? Jeová, o Criador das extremidades da terra, é Deus por tempo indefinido. Ele não se cansa nem se fatiga. Não se esquadrinha o seu entendimento.” — Isaías 40:27, 28. *

27 Isaías registrou as palavras de Jeová que expressavam os sentimentos dos exilados em Babilônia, que estavam centenas de quilômetros distantes de sua terra natal. Alguns achavam que seu Deus não via, ou ignorava, o “caminho” — a vida dura — que levavam. Achavam que Jeová era indiferente para com as injustiças que sofriam. Foram lembrados de coisas que deviam saber, se não por experiência pessoal, pelo menos à base de informações transmitidas. Jeová estava disposto e desejoso de libertar o seu povo. Ele é o Deus eterno e Criador de toda a Terra. Assim, ele ainda possuía o poder que demonstrou na criação, e nem a poderosa Babilônia estava fora de seu alcance. É impossível que um Deus assim se canse ou decepcione seu povo. Eles não deviam esperar entender plenamente os atos de Jeová, pois o Seu entendimento — ou perspicácia, discernimento e percepção — estava além de sua compreensão.

28, 29. (a) De que modo Jeová lembra seu povo de que ajudará os cansados? (b) Que ilustração se usa para mostrar como Jeová dá força aos seus servos?

28 Por meio de Isaías, Jeová prossegue encorajando os desalentados exilados: “Ele dá poder ao cansado; e faz abundar a plena força para aquele que está sem energia dinâmica. Rapazes tanto se cansarão como se fatigarão e os próprios jovens sem falta tropeçarão, mas os que esperam em Jeová recuperarão poder. Ascenderão com asas quais águias. Correrão e não se fatigarão; andarão e não se cansarão.” — Isaías 40:29-31.

29 Ao falar da necessidade de dar força ao cansado, Jeová talvez pensasse na penosa viagem que os exilados teriam de fazer ao retornar para a sua terra. Jeová lembrou ao seu povo que é de Seu feitio socorrer os fracos que Lhe pedem apoio. Até mesmo os humanos mais vigorosos — “rapazes” e “jovens” — talvez tivessem sido vencidos pela fadiga e tropeçado de exaustão. No entanto, Jeová prometeu dar força — força incansável para correr e para andar — para quem confiasse nele. O voo aparentemente sem esforço da águia, uma ave poderosa que pode voar por horas a fio, é usado para ilustrar como Jeová dá força aos seus servos. * Com perspectivas de tal apoio divino, os exilados judeus não tinham motivo para desespero.

30. Como podem os cristãos verdadeiros hoje derivar consolo dos versículos finais de Isaías, capítulo 40?

30 Esses versículos finais de Isaías, capítulo 40, contêm palavras de consolo para os cristãos verdadeiros que vivem nos últimos dias deste sistema perverso. Com tantas pressões e problemas que tendem a desanimar, é reanimador saber que as aflições que enfrentamos e as injustiças que sofremos não passam despercebidas ao nosso Deus. Podemos ter certeza de que o Criador de todas as coisas, Aquele cujo “entendimento está além de ser narrado”, no seu devido tempo e à sua maneira corrigirá todas as injustiças. (Salmo 147:5, 6) No ínterim, não precisamos perseverar nas nossas próprias forças. Jeová, cujos recursos são inesgotáveis, pode dar forças — até mesmo “além do normal” — para seus servos em tempos de provação. — 2 Coríntios 4:7.

31 Pense naqueles judeus cativos em Babilônia, no sexto século AEC. Centenas de quilômetros distante dali, sua amada Jerusalém jazia desolada, e seu templo, em ruínas. Para eles, a profecia de Isaías continha uma consoladora promessa de luz e de esperança — Jeová os levaria de volta para a sua terra natal! Em 537 AEC Jeová fez isso, provando que é Cumpridor de promessas. Nós também podemos ter confiança absoluta em Jeová. As suas promessas do Reino, tão belamente expressas na profecia de Isaías, se tornarão realidade. Isso são de fato boas novas — uma mensagem de luz para toda a humanidade!

[Nota(s) de rodapé]

^ parágrafo 7 Isaías predisse a preparação do caminho diante de Jeová. (Isaías 40:3) Contudo, os Evangelhos aplicam essa profecia ao que João Batista fez em preparação para o caminho de Jesus Cristo. Os inspirados escritores das Escrituras Gregas Cristãs fizeram essa aplicação porque Jesus representava seu Pai e veio em nome de seu Pai. — João 5:43; 8:29.

^ parágrafo 18 Calcula-se que “a massa dos oceanos seja aproximadamente de 1,35 quintilhão (1,35 x 1018) de toneladas métricas, ou cerca de 1/4.400 da massa total da Terra”. — Encarta 97 Encyclopedia.

^ parágrafo 20 The Expositor’s Bible Commentary (Comentário Bíblico do Expositor) diz: “O comércio nos mercados do Oriente Médio não levaria em conta uma gotinha de água no balde de medição ou um pouco de pó na balança na pesagem de carne ou de frutas.”

^ parágrafo 26 Em Isaías 40:28 a expressão “tempo indefinido” significa “para sempre”, pois Jeová é o “Rei da eternidade”. — 1 Timóteo 1:17.

^ parágrafo 29 A águia pode planar com gasto mínimo de energia. Faz isso tirando vantagem das colunas de ar quente ascendentes.

[Perguntas de Estudo]

31. Que promessa de luz continha a profecia de Isaías para os judeus cativos em Babilônia, e de que podemos ter absoluta certeza?

[Quadro/Foto nas páginas 404, 405]

Jeová, um pastor amoroso

Isaías compara Jeová a um pastor amoroso, que carrega seus cordeiros no colo. (Isaías 40:10, 11) Isaías evidentemente baseia essa tocante ilustração nos hábitos reais de pastores. Certo observador moderno que acompanhou pastores nas encostas do monte Hermom, no Oriente Médio, relata: “Cada pastor observava atentamente seu rebanho, para ver como estava. Quando encontrava um cordeiro recém-nascido, ele o colocava nas dobras de seu . . . grande manto, visto que o filhote ainda era muito frágil para acompanhar a mãe. Quando não tinha mais lugar no colo, ele colocava os cordeirinhos nos ombros, segurando-os pelas patas, ou numa sacola, ou cesto, no lombo de um jumento, até que os pequeninos conseguissem acompanhar as mães.” Não é consolador saber que servimos a um Deus que trata seu povo com tal ternura?

[Quadro/Foto na página 412]

Qual é a forma da Terra?

Nos tempos antigos, os humanos em geral acreditavam que a Terra fosse plana. Já no sexto século AEC, porém, o filósofo grego Pitágoras teorizou que a Terra tinha de ser uma esfera. Mesmo assim, dois séculos antes de Pitágoras formular a sua teoria, o profeta Isaías declarou com extraordinária clareza e certeza: “Há Um que mora acima do círculo da terra.” (Isaías 40:22) A palavra hebraica hhugh traduzida aqui por “círculo” pode também ser traduzida por “esfera”. É interessante que apenas um objeto esférico se parece com um círculo de qualquer ângulo. * Portanto, bem à frente de seu tempo, o profeta Isaías registrou uma declaração cientificamente sólida e não influenciada por mitos antigos.

[Nota(s) de rodapé]

^ parágrafo 73 Tecnicamente falando, a Terra é um esferoide oblato. É ligeiramente achatada nos polos.

[Foto na página 403]

João Batista era uma voz ‘que clamava no ermo’