A Carta aos Romanos 9:1-33
Notas de rodapé
Notas de estudo
separado . . . como amaldiçoado: Ou seja, amaldiçoado por Deus. Paulo usa aqui uma hipérbole e diz que estava disposto a ser amaldiçoado no lugar de seus irmãos, ou seja, os judeus que não acreditavam em Jesus e que o rejeitaram como o prometido Messias. (Compare com Gál 3:13.) Na verdade, Paulo queria dizer que estava disposto a fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para ajudar os judeus a se beneficiarem do meio escolhido por Deus para dar salvação.
um serviço sagrado: Ou: “uma adoração”. O substantivo grego que aparece aqui, latreía, se refere a um ato de adoração. Nas Escrituras Gregas Cristãs, esse substantivo às vezes é usado para se referir à adoração que os judeus prestavam de acordo com a Lei mosaica. (Ro 9:4; He 9:1, 6) Mas, aqui, Paulo usa latreía para se referir à adoração prestada pelos cristãos. O verbo grego relacionado, latreúo (“prestar serviço sagrado”), é usado tanto para se referir à adoração prestada pelos judeus (Lu 2:37; He 8:5; 9:9) como à adoração prestada pelos cristãos (Fil 3:3; 2Ti 1:3; He 9:14; Ap 7:15). Em Ro 1:9, Paulo mostra que a pregação das ‘boas novas a respeito do Filho’ de Deus era uma parte importante de seu serviço sagrado.
a adoção como filhos: Neste versículo, esta expressão é usada em sentido figurado e se refere aos israelitas literais. Parece que aqui Paulo usa esta expressão para falar do relacionamento único que eles tinham com Deus enquanto o pacto de Deus com a nação de Israel estava em vigor. Por causa desse relacionamento, as Escrituras Hebraicas às vezes se referem aos israelitas como filhos de Deus. (Êx 4:22, 23; De 14:1, 2; Is 43:6; Je 31:9; Os 1:10; 11:1) Mas eles só poderiam ser filhos de Deus no pleno sentido depois que Jesus desse a sua vida como sacrifício de resgate. Além disso, eles precisariam aceitar esse sacrifício e exercer fé nele. — Jo 1:12, 13; 2Co 6:16-18; Gál 4:4, 5.
o serviço sagrado: Ou: “a adoração”. Aqui, esta expressão se refere ao serviço sagrado que fazia parte das exigências do pacto da Lei. Paulo usa essa mesma expressão em He 9:1, 6, onde ele descreve a adoração que era prestada no tabernáculo enquanto o pacto da Lei estava em vigor e que incluía os sacrifícios feitos a favor de Israel. Em Ro 12:1, Paulo também usa a expressão “serviço sagrado”, mas ali ele está se referindo à adoração que os cristãos prestam a Deus. — Veja a nota de estudo em Ro 12:1.
Amém: Ou: “Assim seja”. A palavra grega que aparece aqui é amén. Ela é uma transliteração de uma palavra hebraica que vem da raiz ’amán, que significa “ser fiel; ser digno de confiança”. (Veja o Glossário.) A palavra “amém” era usada para concordar com um juramento, com uma oração ou com uma declaração. Por exemplo, os escritores das Escrituras Gregas Cristãs muitas vezes usavam essa palavra logo depois de uma expressão de louvor, assim como Paulo faz aqui. (Ro 16:27; Ef 3:21; 1Pe 4:11) Em outros casos, eles usavam “amém” depois de pedir que Deus abençoasse as pessoas para quem eles estavam escrevendo, reforçando assim o seu pedido. (Ro 15:33; He 13:20, 21) A palavra também era usada para indicar que o escritor concordava de coração com o que tinha sido dito. — Ap 1:7; 22:20.
Deus, que está sobre tudo, seja louvado para sempre: Esta frase se refere a Jeová Deus; ela incentiva a dar louvor a Deus por tudo o que ele fez por seu povo, incluindo as coisas mencionadas antes nessa passagem. Mas a forma como algumas Bíblias traduzem este versículo dá a impressão de que Jesus Cristo é o Deus Todo-Poderoso. Por exemplo, uma das traduções usadas é “Cristo, que é Deus acima de tudo”. Apesar de a gramática grega permitir uma tradução com esse sentido, é preciso levar em conta o contexto. Os versículos anteriores falam das provisões amorosas que Deus fez para seu povo. Além disso, Ro 9:6-13 mostra que as escolhas que Deus faz ao realizar seu propósito não são baseadas na linhagem segundo a carne, mas na vontade de Deus. Nos versículos 14-18, Paulo fala da mensagem de Deus a Faraó, registrada em Êx 9:16, para mostrar que Deus está sobre tudo. E, nos versículos 19-24, Paulo destaca ainda mais a superioridade de Deus na ilustração de um oleiro que faz vasos de barro. Assim, levando em conta todo esse contexto, é lógico concluir que Paulo tenha dito “Deus, que está sobre tudo”. Além disso, é interessante que, na maioria das vezes que Paulo usa expressões de louvor em seus escritos, essas expressões são dirigidas a Deus, e não a Jesus Cristo. (Ro 11:34-36; 16:27; Gál 1:4, 5; Fil 4:20; 1Ti 1:17) Em outras passagens, Paulo faz uma clara diferença entre Jesus e Jeová Deus, como, por exemplo, em Ro 15:5, 6, onde ele diz aos cristãos em Roma: “Glorifiquem ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.” (2Co 1:3; Ef 1:3) As palavras de Paulo em 1Co 15: 27, 28 também dão forte apoio para a tradução usada aqui no texto principal. — Para encontrar mais informações sobre Ro 9:5, veja o Apêndice 6D, “Deus, que é sobre todos”, na Tradução do Novo Mundo com Referências.
Amém: Nas cartas inspiradas das Escrituras Gregas Cristãs, os escritores muitas vezes usam a palavra “amém” logo depois de expressões de louvor a Deus. — Ro 16:27; Ef 3:21; 1Pe 4:11; veja a nota de estudo em Ro 1:25.
não depende da vontade da pessoa ou do seu esforço: Lit.: “não daquele que deseja, nem daquele que corre”. A expressão “daquele que corre” é usada aqui em sentido figurado e se refere a alguém que faz um grande esforço para alcançar um objetivo. Nas suas cartas, Paulo usa várias vezes a metáfora de um competidor participando de uma corrida. (1Co 9:24-26; Gál 5:7; Fil 2:16) Ao falar sobre como Deus escolhe os membros do Israel espiritual, Paulo diz que os israelitas literais confiavam no fato de serem descendentes de Abraão e nos esforços que eles faziam para ser considerados justos por meio da Lei de Moisés. Eles estavam correndo, ou ‘se empenhando pela justiça’, mas da forma errada. (Ro 9:30-32) Os membros do “Israel” verdadeiro, ou seja, do Israel espiritual, não deviam confiar nos seus próprios esforços ou realizações, mas na misericórdia de Deus. (Ro 9:6, 7) É verdade que eles precisavam se esforçar no serviço de Deus, mas sem a misericórdia dele todos os seus esforços seriam em vão.
nome: Refere-se ao nome de Deus, representado pelas quatro letras hebraicas יהוה (YHWH) e geralmente traduzido em português como “Jeová”. Na Tradução do Novo Mundo, o nome de Deus aparece 6.979 vezes nas Escrituras Hebraicas e 237 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs. (Para mais informações sobre o uso do nome de Deus nas Escrituras Gregas Cristãs, veja os Apêndices A5 e C1.) Na Bíblia, a palavra “nome” também pode se referir à própria pessoa, à sua reputação e a tudo o que ela afirma ser. — Compare com Êx 34:5, 6; Ap 3:4, nota de rodapé.
Tornei o teu nome conhecido: Os primeiros seguidores de Jesus já sabiam qual era o nome de Deus e o usavam. O nome de Deus estava nos rolos das Escrituras Hebraicas que eles liam nas sinagogas. Eles também podiam ver o nome de Deus quando liam a Septuaginta — uma tradução para o grego das Escrituras Hebraicas que era usada ao ensinar. (Veja os Apêndices A5 e C1.) Na Bíblia, a palavra “nome” também pode se referir à própria pessoa, à sua reputação e a tudo o que ela afirma ser. (Veja a nota de estudo em Mt 6:9; compare com a nota de rodapé em Ap 3:4.) Jesus tornou conhecido o nome de Deus não apenas por usar esse nome, mas também por revelar os propósitos, as atividades e as qualidades da Pessoa por trás desse nome. Jesus tinha estado “ao lado do Pai”, por isso ninguém melhor do que ele para revelar quem era o Pai e explicar sua personalidade. (Jo 1:18; Mt 11:27) Assim, o nome de Deus passou a ter um significado ainda maior para aqueles seguidores de Jesus.
Eu tornei o teu nome conhecido: Aqui, no final de sua oração, Jesus repetiu o que tinha dito antes, conforme registrado em Jo 17:6. (Veja a nota de estudo em Jo 17:6.) Em grego, o verbo que aparece aqui, gnorízo (“tornar conhecido”), é diferente do que aparece em Jo 17:6 (faneróo, “tornar conhecido; revelar”), mas os dois verbos passam basicamente a mesma ideia. Na Bíblia, “tornar conhecido o nome” de alguém pode se referir a dizer qual é o nome da pessoa ou a revelar o que esse nome representa, ou seja, a reputação da pessoa e tudo o que ela afirma ser. (Veja a nota de estudo em Mt 6:9; compare com a nota de rodapé em Ap 3:4.) Jesus tornou conhecido o nome de Deus não apenas por usar o nome dele, mas também por revelar os propósitos, as atividades e as qualidades da Pessoa por trás desse nome. O que Jesus disse em seguida, e o tornarei conhecido, também poderia ser traduzido como “e continuarei a torná-lo conhecido”. Assim, ele indicou que o nome de Deus teria cada vez mais significado para seus seguidores.
certa passagem das Escrituras diz a Faraó: As palavras de Paulo que aparecem a seguir são uma citação de Êx 9:16. Esse versículo de Êxodo faz parte de uma mensagem que Jeová mandou Moisés declarar ao Faraó do Egito. (Êx 9:13-19) Aqui, Paulo usa uma figura de linguagem chamada personificação. Ele fala das “Escrituras” como se elas fossem uma pessoa que estava falando com Faraó. Paulo também personifica a Lei, quando diz sobre ela em Ro 3:19: “Tudo o que a Lei diz, ela dirige aos que estão debaixo da Lei.” O uso que Paulo faz dessa figura de linguagem nessas passagens é apropriado, porque as Escrituras Hebraicas, incluindo a Lei, eram reconhecidas como a palavra de Deus; na prática, era como se o próprio Deus estivesse falando. De forma parecida, Jesus às vezes falava do espírito santo como se ele fosse uma pessoa, dizendo por exemplo, que ele iria ‘ensinar’ e ‘dar testemunho’. — Jo 14:26; 15:26.
deixei você permanecer: Muitas Bíblias traduzem estas palavras como “levantei você”. Essa tradução pode passar a ideia de que foi Deus quem colocou Faraó em sua posição de governante. Mas aqui Paulo está citando Êx 9:16, e o contexto desse versículo de Êxodo mostra qual era o real sentido dessas palavras. Quando Deus anunciou a sétima praga, ele disse a Faraó: “Eu já poderia ter estendido a mão para atingir você . . . , e você teria sido eliminado da face da terra.” (Êx 9:15) Mas, em vez de eliminar Faraó, Deus escolheu poupá-lo e falou a ele: “[Eu] o deixei vivo [ou: “o deixei permanecer”; lit.: “o mantive em pé”].” (Êx 9:16) Também é interessante que a Septuaginta grega traduz essas palavras de Jeová a Faraó como “você foi preservado”. Assim, tanto o contexto das Escrituras Hebraicas como a tradução que aparece na Septuaginta apoiam o entendimento de que as palavras em Ro 9:17 significam que Deus deixou Faraó “permanecer” até ter mostrado a ele o Seu poder.
para que o meu nome seja declarado em toda a terra: Aqui, Paulo está citando Êx 9:16. Estas palavras fazem parte da mensagem que Jeová mandou Moisés declarar a Faraó depois da sexta praga. (Êx 9:8-15) Na Bíblia, a palavra “nome” às vezes se refere à própria pessoa, à sua reputação e a tudo o que ela afirma ser. (Êx 34:5, 6; veja as notas de estudo em Mt 6:9; Jo 17:6, 26.) A ideia de santificar ou vindicar o nome de Deus é destacada em toda a Bíblia. Por exemplo, o escritor do Salmo 83 disse em oração: “Que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.” (Sal 83:18) No livro de Ezequiel, a expressão “terão de saber que eu sou Jeová” e outras expressões semelhantes aparecem mais de 50 vezes. (Ez 6:7; 38:23) Jesus ensinou seus discípulos a orar pedindo que o nome de Deus fosse santificado. (Mt 6:9) O apóstolo Paulo incentivou os cristãos a declarar o nome de Deus publicamente. (He 13:15) E o texto de Ap 15:4 faz a pergunta: “Quem realmente não te temerá, Jeová, e não glorificará o teu nome?”
o oleiro: A palavra grega usada aqui, kerameús, se refere a um fabricante de panelas, pratos, vasos e outros recipientes de barro. Ela vem de uma raiz que significa “misturar”, talvez se referindo ao fato de que, para que a terra ou a argila possam ser moldadas, elas precisam ser misturadas com água. A palavra hebraica para “oleiro” (yohtsér) significa literalmente “formador” ou “aquele que forma (molda)”. Nas Escrituras Hebraicas, a autoridade, ou direito, que o oleiro tem sobre o barro muitas vezes é usada para ilustrar a soberania de Jeová sobre pessoas e nações. — Is 29:16; 45:9; 64:8; Je 18:1-12.
o oleiro: A palavra grega usada aqui, kerameús, se refere a um fabricante de panelas, pratos, vasos e outros recipientes de barro. Ela vem de uma raiz que significa “misturar”, talvez se referindo ao fato de que, para que a terra ou a argila possam ser moldadas, elas precisam ser misturadas com água. A palavra hebraica para “oleiro” (yohtsér) significa literalmente “formador” ou “aquele que forma (molda)”. Nas Escrituras Hebraicas, a autoridade, ou direito, que o oleiro tem sobre o barro muitas vezes é usada para ilustrar a soberania de Jeová sobre pessoas e nações. — Is 29:16; 45:9; 64:8; Je 18:1-12.
os vasos: Neste versículo, Paulo continua com a ilustração do oleiro. (Veja a nota de estudo em Ro 9:21.) A palavra grega skeúos (traduzida aqui como “vasos”) era usada para se referir a recipientes de vários tipos. Nas Escrituras, ela também é muitas vezes usada em sentido figurado para se referir a pessoas. (Veja as notas de rodapé em At 9:15 e 2Ti 2:20, 21.) Por exemplo, os cristãos são comparados a vasos de barro que guardam um tesouro de enorme valor: o ministério. (2Co 4:1, 7) Aqui em Ro 9:21-23, Paulo explica que o fato de Deus ainda não ter destruído os vasos da ira (as pessoas más) permite que ele poupe pessoas que têm disposição correta, já que dá a elas tempo para serem moldadas como “vasos de misericórdia”. — Ro 9:23.
Isaías clama a respeito de Israel: Neste versículo e no próximo, Paulo está citando Is 10:22, 23. Esses versículos de Isaías predisseram o que aconteceu em 607 a.C., quando Jeová usou o Império Babilônico para punir o povo de Israel. Todo o país, incluindo Jerusalém, foi conquistado. Os judeus foram levados para Babilônia como cativos e permaneceram ali por 70 anos. Depois disso, “apenas um restante” voltou para restaurar a adoração verdadeira em Jerusalém. Aqui em sua carta aos romanos, Paulo mostra que a profecia de Isaías estava tendo um segundo cumprimento no século 1 d.C. Naquela época, relativamente poucos judeus (“um restante”) se tornaram seguidores de Jesus e voltaram para Jeová em sentido espiritual. (Ro 11:4, 5) Com o tempo, não judeus também se tornaram seguidores de Jesus e se juntaram a eles, formando uma nação espiritual, “o Israel de Deus”. — Gál 6:16.
Jeová: Esta é uma citação de Is 10:23. No texto hebraico original de Isaías, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja o Apêndice C1.
de forma completa e sem demora: Ou: “executando-a rapidamente”. Lit.: “concluindo e abreviando”. Aqui, Paulo está citando as palavras de Is 10:22, 23, conforme elas aparecem na Septuaginta. Jeová cumpriu essa profecia quando executou julgamento contra Jerusalém de forma completa e sem demora, primeiro em 607 a.C. e depois em 70 d.C.
Jeová: Esta é uma citação de Is 1:9. No texto hebraico original de Isaías, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja o Apêndice C1.
Jeová dos exércitos: Esta expressão tem origem nas Escrituras Hebraicas, onde ela aparece 283 vezes (com algumas variações), sendo a primeira delas em 1Sa 1:3. A expressão hebraica é formada pelo Tetragrama mais a palavra hebraica para “exércitos” (tsevaʼóhth). Nas Escrituras Gregas Cristãs, a expressão grega equivalente aparece apenas aqui e em Tg 5:4. Nessas passagens, tanto Paulo como Tiago estão fazendo referência a profecias das Escrituras Hebraicas. Nos dois casos, a palavra hebraica tsevaʼóhth (“exércitos”) foi transliterada para o grego como Sabaóth. Apesar de os manuscritos gregos dizerem literalmente “Senhor Sabaoth” (em grego, Kýrios Sabaóth), um léxico diz que Sabaóth faz parte de “um nome aplicado a Deus . . . =יהוה צְבָאוֹת [YHWH tsevaʼóhth] Yahweh Senhor dos Exércitos, Senhor das Hostes”. (A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, 3.ª edição) Outros motivos que levaram a Tradução do Novo Mundo a usar o nome de Deus aqui no texto principal são explicados no Apêndice C1.
exércitos: Ou: “exércitos celestiais”. A palavra grega que aparece aqui, Sabaóth, é uma transliteração da palavra hebraica tsevaʼóhth. Essa palavra hebraica é o plural de tsaváʼ, que se refere a um exército literal de soldados. (Gên 21:22; De 20:9; veja a nota de estudo em Jeová dos exércitos neste versículo.) Parece que os “exércitos” mencionados aqui se referem principalmente (ou talvez exclusivamente) a forças angélicas. Assim, a expressão “Jeová dos exércitos” chama atenção ao poder que está nas mãos do Governante Soberano do Universo, que controla enormes exércitos de criaturas espirituais. (Sal 103:20, 21; 148:1, 2; Is 1:24; Je 32:17, 18) Por outro lado, alguns sugerem que, na expressão “Jeová dos exércitos”, a palavra “exércitos” se refira não apenas aos exércitos de anjos, mas também ao exército de Israel e às estrelas e outros corpos celestes.
nela: Ou seja, na pedra simbólica mencionada em Is 28:16, o texto que Paulo está citando aqui. O modo como a profecia de Isaías é aplicada em Ro 10:11 e 1Pe 2:6 deixa claro que essa pedra se refere a Jesus Cristo. Por isso, o texto grego também permitiria a tradução “nele”, como acontece em Ro 10:11, onde Paulo cita parte dessa mesma profecia de Isaías, mas não menciona a “pedra”. Assim, as palavras inspiradas de Isaías, Paulo e Pedro dão a garantia de que quem exercer fé em Jesus não ficará decepcionado.
não ficará decepcionado: Aqui, Paulo está citando as palavras de Is 28:16, conforme elas aparecem na Septuaginta. A expressão grega usada aqui tem o sentido básico de “não ficar envergonhado”. Ela destaca que aqueles que exercem fé em Jesus Cristo, a pedra simbólica da profecia de Isaías, não sentirão a vergonha e a decepção que serão sentidas pelos que descobrirem que sua fé foi em vão. Essa mesma expressão grega aparece em Ro 10:11 e 1Pe 2:6.