As Boas Novas Segundo Lucas 9:1-62
Notas de rodapé
Notas de estudo
sandálias: Jesus não queria dizer que seus discípulos não deviam usar sandálias em sua viagem. Em vez disso, ele disse para eles não levarem sandálias, provavelmente se referindo a um par além daquele que eles estavam calçando. Naquele tempo, era comum levar sandálias extras quando se fazia uma viagem longa, para o caso de a sola se gastar ou dos cordões arrebentarem. Em uma ocasião anterior, quando Jesus deu uma orientação parecida com essa, ele ordenou que seus discípulos “calçassem [ou, “amarrassem”]” suas sandálias, ou seja, as que já tinham. (Mr 6:8, 9) Além disso, em Mt 10:9, 10 Jesus disse que eles não deviam ‘adquirir sandálias’, ou seja, não deviam comprar um par extra.
Não levem nada para a viagem: Quando Jesus enviou seus apóstolos numa viagem para “pregar o Reino de Deus” (Lu 9:2), ele deu instruções sobre como realizar esse trabalho tão importante. Essas instruções aparecem nos três Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas). (Mt 10:8-10; Mr 6:8, 9; Lu 9:3) Embora os relatos não usem exatamente as mesmas palavras, a mensagem é a mesma. Os apóstolos não deviam desviar sua atenção do que era realmente importante por comprarem coisas além do que já tinham, visto que Jeová cuidaria deles. Os três Evangelhos mencionam que os apóstolos não deviam ‘adquirir [‘levar’ ou ‘ter’] roupa extra’, ou seja, uma roupa além daquela que estavam vestindo. Lucas registra aqui que Jesus disse a seus apóstolos: “Não levem nada para a viagem: nem bastão.” Mas, pelo visto, levar um bastão ao viajar era comum entre os israelitas (Gên 32:10), e o relato paralelo em Mr 6:8 diz que Jesus “lhes deu ordens para não levarem nada para a viagem, a não ser um bastão”. Assim, é possível que Jesus estivesse apenas dizendo que eles não deviam levar nenhum bastão extra, além daquele que já tinham. Em outras palavras, os discípulos deviam levar o mínimo de bagagem possível e evitar levar coisas extras que dificultariam sua viagem, já que Jeová cuidaria de que eles tivessem tudo o que precisassem. — Para ver uma ocasião em que Jesus deu instruções parecidas ao enviar 70 discípulos, veja a nota de estudo em Lu 10:4.
dinheiro: Lit.: “prata”. Ou seja, prata usada como dinheiro.
fiquem ali até saírem daquele lugar: Jesus estava dizendo a seus discípulos que, quando chegassem numa cidade, eles deveriam ficar na casa de quem oferecesse hospedagem a eles em vez de ficar “mudando de uma casa para outra”. (Lu 10:1-7) Eles não deviam ficar procurando uma casa em que o anfitrião pudesse oferecer mais conforto, diversão ou coisas materiais. Assim eles mostrariam que essas coisas eram menos importantes para eles do que o trabalho de pregação.
fiquem ali: Veja a nota de estudo em Mr 6:10.
sacudam o pó dos seus pés: Quando judeus devotos viajavam por outros países, eles sacudiam o pó supostamente impuro de suas sandálias antes de entrar de novo no território dos judeus. Mas o significado da instrução de Jesus era diferente. Ao sacudir o pó de seus pés, os discípulos mostrariam que não eram responsáveis pelo que aconteceria com aquelas pessoas quando fossem julgadas por Deus. Uma expressão parecida é usada em Mt 10:14 e em Mr 6:11. Marcos acrescenta as palavras “em testemunho para eles”, e Lucas acrescenta as palavras em testemunho contra eles. Paulo e Barnabé seguiram essa instrução em Antioquia da Pisídia (At 13:51), e Paulo fez algo parecido em Corinto, quando sacudiu sua roupa. Nessa ocasião, Paulo explicou seu gesto dizendo: “Que o sangue de vocês recaia sobre a sua própria cabeça. Eu estou limpo.” — At 18:6.
Herodes: Ou seja, Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande. — Veja o Glossário.
governador distrital: Lit.: “tetrarca”, que significa “governante de uma das quatro partes” de uma província. Era o título dado ao governante de um distrito ou ao príncipe regente de um território. A autoridade do tetrarca era limitada, e ele só governava com a permissão de Roma. Herodes Antipas governava as regiões da Galileia e da Pereia. — Compare com a nota de estudo em Mr 6:14.
Herodes: Veja a nota de estudo em Mt 14:1.
governador distrital: Veja a nota de estudo em Mt 14:1.
Deem-lhes vocês algo para comer: O milagre de Jesus descrito a seguir é o único que foi registrado pelos quatro escritores dos Evangelhos. — Mt 14:15-21; Mr 6:35-44; Lu 9:10-17; Jo 6:1-13.
os partiu: O verbo grego traduzido como “partiu” significa literalmente “quebrou”. Naquela época, os pães tinham o formato achatado e eram assados até ficarem duros. Por isso, as pessoas tinham o costume de quebrar o pão para comer. — Mt 14:19; 15:36; 26:26; Mr 6:41; 8:6.
cestos: Os cestos mencionados aqui talvez fossem pequenos cestos de vime com uma alça de corda. Esses cestos podiam ser levados em viagens, e acredita-se que eles tinham a capacidade de aproximadamente 7,5 litros. — Veja as notas de estudo em Mt 16:9, 10.
cestos: Veja a nota de estudo em Mt 14:20.
Enquanto ele orava: Em seu Evangelho, Lucas dá atenção especial para as orações. Muitas orações de Jesus são mencionadas apenas por ele. Por exemplo, Lucas menciona aqui que Jesus estava orando durante seu batismo. Parece que algumas das partes mais significativas dessa oração foram mais tarde registradas por Paulo. (He 10:5-9) Outras ocasiões em que Jesus orou e que são mencionadas apenas por Lucas estão em Lu 5:16; 6:12; 9:18, 28; 11:1 e 23:46.
estava orando sozinho: Isso aconteceu perto de Cesareia de Filipe. (Mt 16:13; Mr 8:27) Lucas é o único escritor dos Evangelhos que menciona que Jesus estava orando sozinho. — Veja a nota de estudo em Lu 3:21.
João: Esse nome em português equivale aos nomes hebraicos Jeoanã ou Joanã, que significam “Jeová mostrou favor” ou “Jeová foi bondoso”.
Batista: Ou: “o Imersor; o Mergulhador”. Em Mr 1:4 e 6:14, 24, ele é chamado de “o Batizador”. Pelo visto, João ficou bem conhecido por batizar, ou mergulhar, pessoas na água, e por isso começaram a chamá-lo de “Batista”, como um tipo de sobrenome. Ao falar sobre João, o historiador judeu Flávio Josefo o chamou de “João, cognominado [que tinha o sobrenome] Batista”.
Elias: Nome de origem hebraica que significa “meu Deus é Jeová”.
João Batista: Veja a nota de estudo em Mt 3:1.
Elias: Veja a nota de estudo em Mt 11:14.
Cristo: Esse título vem da palavra grega Khristós e equivale ao título “Messias” (do hebraico mashíahh). Tanto a palavra grega como a hebraica significam “ungido”. É uma referência a uma cerimônia que existia nos tempos bíblicos: quando um governante era escolhido, alguém o ungia, ou seja, derramava óleo em sua cabeça.
o Cristo: Aqui, Mateus usou o artigo definido em grego antes do título “Cristo”. Provavelmente, ele fez isso para destacar o papel de Jesus como o Messias.
O Cristo de Deus: Pedro diz que Jesus é “o Cristo de Deus” (em grego, ho Khristós tou Theoú). O título “Cristo” equivale a “Messias” (que vem do hebraico mashíahh). Tanto “Cristo” como “Messias” significam “ungido”. Lucas usa aqui o artigo definido em grego antes do título “Cristo”. Ele provavelmente fez isso para destacar o papel de Jesus como o Messias. — Veja as notas de estudo em Mt 1:1; 2:4.
principais sacerdotes: Quando a palavra grega aparece no singular e se refere ao principal representante do povo diante de Deus, ela é traduzida como “sumo sacerdote”. Aqui, a palavra grega aparece no plural e se refere aos homens mais importantes do sacerdócio, incluindo ex-sumos sacerdotes e, possivelmente, os cabeças das 24 turmas de sacerdotes.
escribas: Inicialmente, essa palavra era usada para se referir aos copistas das Escrituras. Na época de Jesus, a palavra era usada para se referir a homens que eram peritos na Lei mosaica e que a ensinavam a outros.
anciãos: Lit.: “homens idosos”. Na Bíblia, a palavra grega presbýteros se refere principalmente a uma pessoa que tem autoridade e responsabilidade numa comunidade ou nação. Embora essa palavra possa ser usada às vezes para indicar idade (como acontece em Lu 15:25 e At 2:17), ela não se refere apenas a quem é idoso. Neste versículo, a palavra “anciãos” se refere a homens de autoridade entre os judeus. Muitas vezes eles são mencionados junto com outros dois grupos: os principais sacerdotes e os escribas. O Sinédrio era formado por homens desses três grupos. — Lu 20:1; 22:52, 66; veja o Glossário, “Ancião; Homem idoso”.
principais sacerdotes: Veja a nota de estudo em Mt 2:4 e o Glossário.
escribas: Veja a nota de estudo em Mt 2:4 e o Glossário.
negue a si mesmo: Ou: “renuncie seus direitos sobre si mesmo”. A expressão grega usada aqui indica que a pessoa deve estar disposta a abrir mão completamente de sua vontade e entregar o controle de sua vida a Deus. Essa expressão também pode ser traduzida como “diga não a si mesmo”, porque seguir a Cristo pode envolver dizer não a desejos pessoais, ambições ou preferências. (2Co 5:14, 15) Mateus usa o mesmo verbo grego traduzido como “negar” quando fala sobre Pedro negar que conhecia Jesus. — Mt 26:34, 35, 75.
estaca de tortura: Ou: “estaca de execução”. No grego clássico, staurós se refere principalmente a uma estaca ou poste. Quando essa palavra é usada em sentido figurado, pode significar o que uma pessoa enfrenta por ser um discípulo de Cristo: sofrimento, vergonha, tortura ou até mesmo a morte. — Veja o Glossário.
negue a si mesmo: Ou: “renuncie seus direitos sobre si mesmo”. A expressão grega usada aqui indica que a pessoa deve estar disposta a abrir mão completamente de sua vontade e entregar o controle de sua vida a Deus. Essa expressão também pode ser traduzida como “diga não a si mesmo”, porque seguir a Cristo pode envolver dizer não a desejos pessoais, ambições ou preferências. (2Co 5:14, 15) Lucas usa o verbo grego traduzido aqui como “negue” e um verbo relacionado quando fala sobre Pedro negar que conhecia Jesus. — Lu 22:34, 57, 61; veja a nota de estudo em Mt 16:24.
estaca de tortura: Veja a nota de estudo em Mt 16:24.
vida: Ou “alma”. — Veja o Glossário, “Alma”.
mundo: A palavra grega traduzida como “mundo” (kósmos) se refere aqui à humanidade como um todo. Neste versículo, a expressão vir ao mundo parece se referir principalmente ao batismo de Jesus, e não ao nascimento dele. Depois de seu batismo, Jesus se tornou uma luz para a humanidade, realizando o ministério que tinha recebido de seu Pai. — Compare com Jo 3:17, 19; 6:14; 9:39; 10:36; 11:27; 12:46; 1Jo 4:9.
o mundo veio a existir por meio dele: A palavra grega traduzida como “mundo” (kósmos) se refere aqui à humanidade, e não ao planeta Terra. Isso fica claro na parte final do versículo, que diz que o mundo não conheceu a Jesus. Às vezes, a palavra kósmos era usada na literatura grega para se referir ao Universo ou à criação em geral. E pode ser que o apóstolo Paulo tenha usado a palavra com esse sentido quando falou com um grupo de pessoas gregas no Areópago. (At 17:24) Mas nas Escrituras Gregas Cristãs essa palavra geralmente se refere à humanidade como um todo ou a uma parte dela. É verdade que Jesus participou da criação de todas as coisas, incluindo o céu, a Terra e tudo o que há neles. Mas, quando João diz que “o mundo veio a existir por meio” de Jesus, o foco está no papel que ele teve na criação dos humanos. — Gên 1:26; Jo 1:3; Col 1:15-17.
o mundo: Na literatura grega e especialmente na Bíblia, a palavra grega traduzida aqui como “mundo” (kósmos) está muito ligada com a ideia de “humanidade”. (Veja a nota de estudo em Jo 1:10.) Neste versículo, kósmos se refere a toda a humanidade que pode ser resgatada e que, em Jo 1:29, é descrita como culpada de “pecado”, ou seja, do pecado herdado de Adão.
vindo ao mundo: Jesus usou o nascimento de um bebê para ilustrar como lágrimas e sofrimento poderiam ser ‘transformados em alegria’. (Jo 16:20) Ao dar à luz, a mulher passa por muitas dores. Mas, quando o filho nasce, a alegria que ela sente é tão grande que a faz esquecer a dor que sentiu. Neste contexto, a palavra “mundo” (em grego, kósmos) se refere à sociedade humana organizada, onde o bebê passa a viver. Na Bíblia, a palavra “mundo” às vezes tem esse sentido. — 1Co 14:10; 1Ti 6:7; veja a nota de estudo em Lu 9:25.
o mundo inteiro: O sentido básico da palavra grega kósmos, que na maioria das vezes é traduzida como “mundo”, é “ordem” ou “estrutura”. A palavra às vezes aparece na literatura grega transmitindo a ideia de “sociedade humana”, e é usada muitas vezes nas Escrituras Gregas Cristãs com esse mesmo sentido. (Veja as notas de estudo em Jo 1:9, 10; 3:16.) Mas kósmos não é simplesmente um sinônimo de “humanidade”. Na Bíblia, a palavra mantém seu sentido básico de “ordem” ou “estrutura”, já que a sociedade humana está, de certa forma, organizada em diversas culturas, tribos, nações e sistemas econômicos. (1Jo 3:17; Ap 7:9; 14:6) É esse o sentido que a palavra “mundo” tem aqui e em alguns outros contextos. Essa “estrutura” em que a humanidade está organizada fica cada vez mais complexa conforme o tempo passa e a população aumenta. — Veja a nota de estudo em Jo 16:21.
cerca de oito dias depois de dizer essas palavras: Os Evangelhos de Mateus e Marcos dizem “seis dias depois”. (Mt 17:1; Mr 9:2) Lucas contou os dias de maneira diferente de Mateus e Marcos. Pelo visto, ele contou o dia em que Jesus fez a promessa (Lu 9:27) e o dia em que a transfiguração ocorreu. Mateus e Marcos, por outro lado, contaram apenas os seis dias de espera. É interessante notar que Lucas diz “cerca de oito dias”, mostrando que esse número era apenas aproximado.
para orar: Apenas Lucas menciona que, na ocasião da transfiguração, Jesus tinha subido ao monte para orar. O próximo versículo também fala que Jesus estava orando. (Lu 9:29) Outras ocasiões em que Jesus orou e que são mencionadas apenas por Lucas estão em Lu 3:21; 5:16; 6:12; 9:18; 11:1; 23:46.
a partida dele: A palavra grega usada aqui, éxodos, também aparece em He 11:22 (êxodo) e em 2Pe 1:15 (partida). A partida, ou êxodo, de Jesus pelo visto envolvia sua morte e sua ressurreição para a vida espiritual.
uma voz saiu do céu: Esta é a primeira das três vezes em que os Evangelhos relatam que humanos ouviram o próprio Jeová falar. — Veja as notas de estudo em Lu 9:35; Jo 12:28.
uma voz: Os Evangelhos falam de três ocasiões em que Jeová falou diretamente com humanos; esta é a terceira delas. A primeira vez que Jeová fez isso foi no batismo de Jesus em 29 d.C. (Mt 3:16, 17; Mr 1:11; Lu 3:22) A segunda vez foi na ocasião da transfiguração em 32 d.C. (Mt 17:5; Mr 9:7; Lu 9:35) E a terceira, mencionada apenas aqui no Evangelho de João, aconteceu em 33 d.C., pouco antes da última Páscoa de Jesus. As palavras de Jeová foram uma resposta ao pedido de Jesus: “Pai, glorifica o teu nome.”
uma voz saiu da nuvem: Esta é a segunda das três vezes que os Evangelhos relatam que Jeová falou diretamente com humanos. — Veja as notas de estudo em Lu 3:22; Jo 12:28.
um filho unigênito: A palavra grega monogenés foi traduzida como “unigênito; unigênita” em todas as ocorrências nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo. Ela pode ser definida como “único de sua espécie; sem igual; ímpar”. A Bíblia também usa monogenés com o sentido de “filho único”, e essa palavra pode se referir tanto a filhos como a filhas. (Veja as notas de estudo em Lu 7:12; 8:42; 9:38.) Quando o apóstolo João usa a palavra monogenés, ele está sempre se referindo a Jesus. (Jo 3:16, 18; 1Jo 4:9) Mas ele nunca usa essa palavra para se referir a Jesus durante sua vida humana. Em vez disso, ele usa monogenés para falar da vida que Jesus tinha no céu como o Logos, ou a Palavra, aquele que “estava no princípio com Deus”, mesmo “antes de o mundo existir”. (Jo 1:1, 2; 17:5, 24) Jesus pode ser chamado de “filho unigênito” porque ele foi, não apenas o primeiro Filho de Jeová, mas também o único criado diretamente por ele. Apesar de outras criaturas espirituais também serem chamadas de “filhos do verdadeiro Deus” ou “filhos de Deus” (Gên 6:2, 4; Jó 1:6; 2:1; 38:4-7), Jeová criou todas elas por meio de Jesus, seu Filho primogênito. (Col 1:15, 16). Em resumo, a palavra monogenés se refere tanto a Jesus ser “o único de sua espécie; sem igual; ímpar” como a ele ser o único filho que Jeová criou diretamente, sem a colaboração de mais ninguém. — 1Jo 5:18; veja a nota de estudo em He 11:17.
Filho unigênito: A palavra grega monogenés foi traduzida como “unigênito; unigênita” em todas as ocorrências nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo. Ela pode ser definida como “único de sua espécie; sem igual; ímpar”. Sempre que o apóstolo João usa a palavra monogenés, ele está se referindo a Jesus. (Jo 1:14; 3:18; 1Jo 4:9; veja a nota de estudo em Jo 1:14.) Apesar de outras criaturas espirituais também serem chamadas de “filhos do verdadeiro Deus” ou “filhos de Deus”, Jesus é o único chamado de “Filho unigênito”. (Gên 6:2, 4; Jó 1:6; 2:1; 38:4-7) Jesus é o Filho primogênito de Deus e foi o único criado diretamente por seu Pai. Nesse sentido, ele é ímpar, diferente de todos os outros filhos de Deus. Jeová gerou, ou criou, todos eles por meio de seu Filho primogênito. O apóstolo Paulo usou a palavra monogenés de maneira parecida quando falou de Isaque como o “único filho” de Abraão. (He 11:17) Abraão também era pai de Ismael, por meio de Agar, e teve vários filhos com Quetura. (Gên 16:15; 25:1, 2; 1Cr 1:28, 32) Mas Isaque foi o filho “único”, ou unigênito, em um sentido especial; ele foi o único gerado por meio de uma promessa de Deus e o único filho de Abraão com Sara. — Gên 17:16-19.
único: A palavra grega monogenés foi traduzida como “unigênito; unigênita” em todas as ocorrências nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo. Ela pode ser definida como “único de sua espécie; sem igual; único de uma classe ou espécie; ímpar”. Aqui, ela é usada com o sentido de “filho único”, mas pode se referir tanto a filhos como a filhas. Essa mesma palavra grega é usada para falar do filho “único” de uma viúva em Naim e da filha “única” de Jairo. (Lu 7:12; 8:41, 42) A Septuaginta usa monogenés para se referir à filha de Jefté em Jz 11:34, que diz: “Ela era sua filha única; além dela, ele não tinha nem filho nem filha.” Nos livros bíblicos que o apóstolo João escreveu, ele usou monogenés cinco vezes ao falar de Jesus. — Para informações sobre o significado desse termo quando usado para se referir a Jesus, veja as notas de estudo em Jo 1:14; 3:16.
o poder majestoso de Deus: Ou: “a grandiosidade (majestade) de Deus”. Quando Jesus curava as pessoas, ele não procurava destaque. Em vez disso, ele mostrava que o poder que tinha para fazer esses milagres vinha de Deus.
de ser levado para cima: Esta é única vez que a palavra grega análempsis aparece nas Escrituras Gregas Cristãs. Os estudiosos em geral concordam que ela se refere à volta de Jesus para o céu. Um verbo relacionado com análempsis é usado em At 1:2, 11, 22, onde foi traduzido como “foi levado para cima; foi levado para o céu”.
ele estava indo: Lit.: “sua face estava indo para [ou “direcionada para”]”. (Compare com a nota de rodapé em Lu 9:51.) Existem expressões parecidas nas Escrituras Hebraicas com o sentido de fixar os olhos em um alvo, um objetivo ou um desejo. (Veja as notas de rodapé em 1Rs 2:15 e 2Rs 12:17.) Essas expressões passam a ideia de estar decidido ou determinado a fazer algo. — Veja as notas de rodapé em 2Cr 20:3; Da 11:17.
não tem onde deitar a cabeça: Ou seja, não tinha uma casa própria.
não tem onde deitar a cabeça: Veja a nota de estudo em Mt 8:20.
Senhor: Alguns manuscritos não usam “Senhor” aqui, mas a palavra aparece em vários dos manuscritos mais antigos e confiáveis.
enterrar meu pai: Pelo visto, o homem não estava dizendo que seu pai tinha acabado de morrer e que ele precisava apenas de tempo para providenciar o funeral. Se esse fosse o caso, seria pouco provável que ele estivesse ali conversando com Jesus. No antigo Oriente Médio, o funeral era realizado pela família logo depois da morte da pessoa, geralmente no mesmo dia. Assim, o pai daquele homem talvez estivesse doente ou fosse idoso, mas provavelmente não tinha morrido. E com certeza outros parentes poderiam cuidar do pai daquele homem, já que Jesus não mandaria ninguém deixar sem cuidados um pai que estivesse doente e necessitado. (Mr 7:9-13) Então, o que o homem realmente estava dizendo era: ‘Eu vou seguir o senhor, mas não enquanto meu pai estiver vivo. Espere até ele morrer e ser enterrado.’ Mas para Jesus aquele homem estava perdendo uma oportunidade de colocar o Reino de Deus em primeiro lugar na vida. — Lu 9:60, 62.
enterrar meu pai: Pelo visto, o homem não estava dizendo que seu pai tinha acabado de morrer e que ele precisava apenas de tempo para providenciar o funeral. Se esse fosse o caso, seria pouco provável que ele estivesse ali conversando com Jesus. No antigo Oriente Médio, o funeral era realizado pela família logo depois da morte da pessoa, geralmente no mesmo dia. Assim, o pai daquele homem talvez estivesse doente ou fosse idoso, mas provavelmente não tinha morrido. E com certeza outros parentes poderiam cuidar do pai daquele homem, já que Jesus não mandaria ninguém deixar sem cuidados um pai que estivesse doente e necessitado. (Mr 7:9-13) Então, o que o homem realmente estava dizendo era: ‘Eu vou seguir o senhor, mas não enquanto meu pai estiver vivo. Espere até ele morrer e ser enterrado.’ Mas para Jesus aquele homem estava perdendo uma oportunidade de colocar o Reino de Deus em primeiro lugar na vida. — Lu 9:60, 62.
Deixe que os mortos enterrem seus mortos: Conforme explicado na nota de estudo em Lu 9:59, o pai do homem provavelmente estava doente ou era idoso, mas ainda não tinha morrido. Pelo visto, Jesus estava dizendo: ‘Deixe que as pessoas que estão espiritualmente mortas enterrem seus mortos.’ Ou seja, aquele homem não devia deixar para seguir Jesus só depois que seu pai morresse, já que, pelo visto, havia outros parentes que poderiam cuidar dele. Se aquele homem se tornasse discípulo de Jesus, ele teria a esperança de vida eterna e não estaria entre os que Deus considera espiritualmente mortos. Com sua resposta, Jesus mostrou que colocar o Reino de Deus em primeiro lugar na vida e divulgar a mensagem do Reino é essencial para continuar vivo em sentido espiritual.
que tiver posto a mão num arado e olhar para trás: Jesus estava falando com um homem que disse que o seguiria, mas que só faria isso depois de se despedir de sua família. (Lu 9:61) Para mostrar que era muito importante que seus discípulos o seguissem de todo o coração, Jesus falou sobre o trabalho de arar o solo. Se o lavrador se distraísse enquanto estivesse arando o solo, os sulcos ficariam tortos. E, se ele parasse de arar para olhar para trás, seu trabalho iria atrasar. A lição é que, se um discípulo de Cristo se distrair ou deixar de lado suas responsabilidades como cristão, ele não vai poder entrar no Reino de Deus.
Mídia

Os antigos hebreus costumavam usar varas e bastões de diversas maneiras, por exemplo: para se apoiar (Êx 12:11; Za 8:4; He 11:21), para se defender (2Sa 23:21), para debulhar grãos (Is 28:27) e para bater nos galhos das oliveiras e colher azeitonas (De 24:20; Is 24:13). A bolsa de provisões geralmente era feita de couro. Viajantes, pastores, lavradores e outros usavam esse tipo de bolsa pendurada no ombro para carregar comida, roupas e outros itens. Quando Jesus enviou seus apóstolos numa viagem de pregação, ele deu instruções sobre diversos assuntos, incluindo levar ou não bastões e bolsas de provisões. Os apóstolos deviam levar apenas o que já tinham com eles. Não deviam se preocupar em adquirir mais coisas, pois Jeová ia providenciar o que eles precisassem. — Para mais informações sobre o que Jesus queria dizer com essas instruções veja as notas de estudo em Lu 9:3 e 10:4.

Estas fotos mostram os dois lados de uma moeda de liga de cobre produzida por volta da época do ministério de Jesus. Quem mandou produzir a moeda foi Herodes Antipas, que era o tetrarca (governador distrital) da Galileia e da Pereia. É provável que Jesus estivesse passando pela Pereia para ir a Jerusalém quando os fariseus disseram a ele que Herodes queria matá-lo. Jesus respondeu chamando Herodes de ‘aquela raposa’. (Veja a nota de estudo em Lu 13:32.) A maioria dos súditos de Herodes eram judeus. Por isso ele produziu moedas com imagens que não ofendessem os judeus, como uma folha de palmeira (1) e uma grinalda (2).

A Bíblia usa palavras diferentes para descrever diversos tipos de cestos. Por exemplo, depois de Jesus alimentar milagrosamente uns 5.000 homens, as sobras foram recolhidas em 12 cestos. A palavra grega usada para esses 12 cestos sugere que eram cestos de vime relativamente pequenos carregados na mão. Mas outra palavra grega é usada para descrever os 7 cestos usados para recolher as sobras na ocasião em que Jesus alimentou cerca de 4.000 homens. (Mr 8:8, 9) Essa palavra indica um cesto grande, ou balaio. O texto de At 9:25 usa a mesma palavra grega para se referir ao cesto em que os discípulos colocaram Paulo para tirá-lo da cidade de Damasco.

O monte Hermom é a montanha mais alta na região de Israel. Fica perto de onde era Cesareia de Filipe, e seu pico mais alto tem 2.814 metros de altitude. Seus picos cobertos de neve condensam a umidade do ar, produzindo uma grande quantidade de orvalho. Durante a longa estação seca, o orvalho do Hermom mantém viva a vegetação. (Sal 133:3) A neve que derrete no monte Hermom é a principal fonte de água do rio Jordão. É possível que a transfiguração de Jesus tenha acontecido no monte Hermom. — Mt 17:2.

O monte Hermom fica no limite norte da Terra Prometida. Ele tem vários picos, e o mais alto fica 2.814 metros acima do nível do mar. Os picos do Hermom formam a parte sul da cadeia de montanhas do Antilíbano. É possível que a transfiguração de Jesus tenha acontecido no monte Hermom.

Jesus disse que as raposas tinham tocas e as aves tinham ninhos, mas ele não tinha uma casa própria. O tipo de raposa mostrado na foto (Vulpes vulpes) pode ser encontrado no Oriente Médio, na África, na Ásia, na Europa e na América do Norte, e foi levado para a Austrália. Às vezes as raposas usam como toca uma fenda natural, roubam uma toca de outro animal ou aproveitam uma toca abandonada. Mas, quando não fazem isso, elas costumam cavar buracos no chão para fazer suas tocas. O pássaro mostrado na foto é um rouxinol-bravo (Cettia cetti). Ele é uma das 470 variedades de aves que, segundo estimativas, podem ser encontradas em Israel ao longo de um ano. Essas aves fazem ninhos em árvores, em troncos ocos e em penhascos. Elas usam vários tipos de materiais, como gravetos, folhas, algas marinhas, lã, palha, musgo e penas. A região de Israel favorece isso porque sua topografia é bastante diversificada: montanhas com ar fresco, vales profundos e quentes, desertos áridos e planícies costeiras; tudo isso perto da extremidade sudeste do mar Mediterrâneo. Por isso, é um habitat ideal para aves que vivem no país ou que passam por ali em suas migrações.

Nos meses quentes do verão, o sol deixava a terra endurecida. Por isso, os lavradores costumavam esperar o outono, quando as chuvas amoleciam a terra, para arar o solo. (Veja o Apêndice B15.) Alguns arados eram simplesmente uma peça de madeira pontuda, talvez com ponta de metal, presa a uma trave de madeira e puxada por um ou mais animais. Depois de arar o solo, os lavradores plantavam as sementes. As Escrituras Hebraicas contêm muitas ilustrações baseadas no trabalho de arar o solo, que era bem conhecido. (Jz 14:18; Is 2:4; Je 4:3; Miq 4:3) Jesus fez muitas ilustrações baseadas em atividades agrícolas para ensinar verdades importantes. Por exemplo, ele mencionou o trabalho de arar o solo para enfatizar a importância de seguir a ele de todo o coração. (Lu 9:62) Se o lavrador se distraísse enquanto estivesse arando o solo, os sulcos ficariam tortos. A lição é que, se um discípulo de Cristo se distrair ou deixar de lado suas responsabilidades como cristão, ele não vai poder entrar no Reino de Deus.