As Boas Novas Segundo Lucas 23:1-56
Notas de rodapé
Notas de estudo
César: Ou: “o Imperador”. O imperador romano dos dias de Jesus era Tibério, mas a palavra “César” não se referia apenas ao imperador que estivesse a governar no momento. Podia referir-se ao governo do Império Romano como um todo e também aos seus representantes oficiais. Paulo chamou-lhes “autoridades superiores” e Pedro chamou-lhes “rei” e “governadores”. — Ro 13:1-7; 1Pe 2:13-17; Tit 3:1; veja o Glossário.
César: Veja a nota de estudo em Mt 22:17.
És tu o Rei dos judeus?: Esta pergunta de Pilatos aparece nos quatro Evangelhos com exatamente as mesmas palavras. (Mt 27:11; Mr 15:2; Lu 23:3; Jo 18:33) Nenhum rei poderia governar dentro dos domínios do Império Romano sem a aprovação de César. Por isso, parece que a principal preocupação de Pilatos ao interrogar Jesus era saber se ele era ou não um rei.
É o senhor que o está a dizer: Veja a nota de estudo em Mt 27:11.
É o senhor que o está a dizer: Tudo indica que esta era uma maneira de confirmar a informação apresentada na pergunta de Pilatos. (Veja as notas de estudo em Mt 26:25, 64.) Jesus confirmou a Pilatos que realmente era um rei, mas não no sentido que Pilatos imaginava. O Reino de Jesus ‘não fazia parte deste mundo’, e, por isso, não era uma ameaça para o Império Romano. — Jo 18:33-37.
Herodes: Ou seja, Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande. Herodes Antipas era o governante distrital (tetrarca) da Galileia e da Pereia. Lucas é o único escritor dos Evangelhos que menciona que Jesus foi enviado até Herodes Antipas. — Lu 3:1; veja o Glossário.
Eles vestiram-no de púrpura: Os soldados fizeram isso para ridicularizar Jesus e fazer pouco da ideia de que ele era um rei. O relato de Mateus (27:28) diz que os soldados puseram em Jesus “um manto escarlate”, uma peça de roupa usada por reis, magistrados e oficiais militares. Tanto o relato de Marcos como o relato de João (19:2) dizem que a cor do manto era púrpura, mas, nos tempos antigos, a palavra “púrpura” era usada para descrever qualquer cor que fosse uma mistura de vermelho e azul. Além disso, o observador poderia ter uma noção diferente de qual era a cor exata dependendo do seu ângulo de visão, do reflexo da luz e do que estivesse no fundo. Essa diferença no modo de descrever a cor mostra que os escritores dos Evangelhos não fizeram simples cópias dos relatos uns dos outros.
manto escarlate: Tipo de manto ou túnica usado por reis, magistrados e oficiais militares. Os textos de Mr 15:17 e Jo 19:2 dizem que o manto era púrpura, mas, nos tempos antigos, a palavra “púrpura” era usada para descrever qualquer cor que fosse uma mistura de vermelho e azul. Além disso, dependendo do ângulo de visão, do reflexo da luz e do que estivesse no fundo, o observador poderia ter uma noção diferente da cor exata. Essa diferença no modo de descrever a cor (escarlate ou púrpura) mostra que os escritores dos Evangelhos não fizeram simples cópias do relato um do outro.
uma roupa esplêndida: Essa roupa esplêndida, que possivelmente era branca, talvez fosse uma das roupas reais do próprio Herodes Antipas. Pode ser que ele, que se dizia judeu e era o governante distrital da Galileia e da Pereia, tenha vestido Jesus assim para fazer pouco da ideia de que Jesus pudesse ser o Rei dos judeus. A palavra grega traduzida aqui como “roupa” (esthés) geralmente referia-se a um manto ou a uma roupa que tinha bordados ou outros detalhes. Essa palavra foi usada em Lu 24:4 para se referir às roupas que os anjos vestiam. (Veja também Tg 2:2, 3.) E é usada em At 12:21 para descrever a “roupa” real que foi usada por Herodes Agripa I. A palavra grega traduzida aqui como “esplêndida” (lamprós) vem de uma palavra que significa “brilhar”. Quando lamprós é usada para falar de roupa, refere-se a roupa de excelente qualidade e, às vezes, a roupa branca ou brilhante. Ao que tudo indica, a “roupa esplêndida” mencionada aqui não era o manto escarlate (ou púrpura) que os soldados de Pilatos puseram em Jesus na residência do governador. (Mt 27:27, 28, 31; Jo 19:1, 2, 5; veja as notas de estudo em Mt 27:28; Mr 15:17.) Parece que tanto Herodes como Pilatos e os seus soldados vestiram Jesus com uma roupa especial com o mesmo objetivo: fazer pouco da ideia de que Jesus era o Rei dos judeus. — Jo 19:3.
Alguns manuscritos dizem aqui: “Ora, de festividade em festividade, ele tinha de lhes libertar um homem.” E existem alguns manuscritos em que essas mesmas palavras aparecem depois do versículo 19. Mas vários dos manuscritos mais antigos e mais confiáveis não contêm essas palavras que, pelos vistos, não fazem parte do texto original do Evangelho de Lucas. Os estudiosos acreditam que copistas incluíram essas palavras aqui em Lucas como uma explicação baseada nos relatos paralelos em Mt 27:15 e Mr 15:6, onde não existem dúvidas sobre o texto original.
vocês têm o costume de que eu liberte um homem: O costume de libertar um prisioneiro também é mencionado em Mt 27:15 e Mr 15:6. Pelos vistos, foram os judeus que começaram esse costume, visto que Pilatos lhes disse: “Vocês têm o costume.” Não existe base nem precedente nas Escrituras Hebraicas para o costume de libertar um preso, mas parece que nos dias de Jesus isso já se tinha tornado uma tradição entre os judeus. Esse costume não seria estranho para os romanos, pois há evidências de que eles libertavam prisioneiros para agradar às multidões.
costumava soltar um preso: Os quatro Evangelhos falam sobre a libertação de Barrabás. (Mt 27:15-23; Lu 23:16-25; Jo 18:39, 40) Não existe base nem precedente nas Escrituras Hebraicas para o costume de soltar um preso, mas parece que, nos dias de Jesus, isso já se tinha tornado uma tradição para os judeus. Esse costume não seria estranho para os romanos, pois há evidências de que eles libertavam prisioneiros para agradar às multidões.
solte Barrabás: A libertação de Barrabás, descrita em Lu 23:16-25, é mencionada nos quatro Evangelhos. (Mt 27:15-23; Mr 15:6-15; Jo 18:39, 40) No entanto, Mateus, Marcos e João acrescentam que era costume o governador libertar um prisioneiro durante a festividade. — Veja as notas de estudo em Mt 27:15; Mr 15:6; Jo 18:39.
costume [...] soltar um preso: Os quatro Evangelhos falam sobre a libertação de Barrabás. (Mr 15:6-15; Lu 23:16-25; Jo 18:39, 40) Não existe base nem precedente para esse costume nas Escrituras Hebraicas. No entanto, parece que os judeus já tinham adotado esse costume nos dias de Jesus. Esse costume não seria estranho para os romanos, pois há evidências de que eles libertavam prisioneiros para agradar às multidões.
Cirene: Cidade do norte de África, próxima do litoral, a sudoeste da ilha de Creta. (Veja o Apêndice B13.) Pode ser que Simão tenha nascido em Cirene e se tenha mudado mais tarde para Israel.
estaca: Ou: “estaca de tortura; estaca de execução”. — Veja o Glossário, “Madeiro; Estaca”; “Estaca de tortura”; para ver como essa palavra foi usada em sentido figurado, veja Lu 9:23; 14:27.
quando a árvore está verde, [...] quando estiver seca: Parece que Jesus estava a referir-se à nação de Israel. Essa nação era como uma árvore que estava a morrer, mas que ainda estava “verde” (ou tinha alguma seiva), pois Jesus ainda estava presente e alguns judeus tinham fé nele. No entanto, em breve, Jesus seria morto, e os judeus fiéis seriam ungidos com espírito santo e iriam tornar-se parte do Israel espiritual. (Ro 2:28, 29; Gál 6:16) Quando chegasse essa época, a nação de Israel ficaria espiritualmente morta, como se fosse uma árvore seca. — Mt 21:43.
criminosos: A palavra grega usada aqui, kakoúrgos, significa literalmente “pessoa que pratica o mal”. Os relatos paralelos em Mt 27:38, 44 e Mr 15:27 usam uma palavra grega diferente, leistés, traduzida como “ladrões”. Essa palavra pode referir-se a pessoas que roubam com violência ou, às vezes, a bandidos ou a pessoas que se rebelam contra as autoridades. Essa mesma palavra é usada para descrever Barrabás (Jo 18:40), que estava na prisão por “sedição” e “assassinato” (Lu 23:19).
Gólgota: Vem da palavra hebraica gulgóleth, que significa “caveira; crânio”. (Veja Jo 19:17; também Jz 9:53, que usa essa palavra hebraica traduzida ali como “crânio”.) Nos dias de Jesus, esse local ficava fora das muralhas de Jerusalém. Atualmente, não se sabe qual era o local exato. (Veja o Apêndice B12-A.) A Bíblia não diz que Gólgota ficava num monte, mas menciona que alguns conseguiram ver a execução de Jesus à distância. — Mr 15:40; Lu 23:49.
Caveira: A palavra grega usada aqui, Kraníon, é uma tradução do nome hebraico Golgotha. (Veja Jo 19:17 e a nota de estudo em Mt 27:33.) Várias Bíblias em português usam a palavra “Calvário” em Lu 23:33. Vem da palavra latina para “crânio”, calvaria, que é usada na Vulgata.
perdoa-lhes: O contexto não mostra quem é que Jesus queria que fosse perdoado, mas é provável que ele estivesse a falar da multidão que exigiu que ele fosse executado. Alguns dos que fizeram isso arrependeram-se pouco tempo depois. (At 2:36-38; 3:14, 15) É provável que Jesus também estivesse a pensar nos soldados romanos que o pregaram na estaca. Eles não sabiam quem ele realmente era e, por isso, não estavam conscientes da gravidade do que estavam a fazer. Por outro lado, Jesus não pediria a Jeová que perdoasse os principais sacerdotes, visto que eles eram responsáveis pela morte dele. Aqueles homens sabiam exatamente o que estavam a fazer quando conspiraram para matar Jesus. Eles entregaram-no por inveja. (Mt 27:18; Mr 15:10; Jo 11:45-53) Além disso, é provável que Jesus não estivesse a falar dos criminosos que foram executados com ele, visto que nenhum dos dois foi responsável pela sua morte.
[...] o que fazem: Embora a primeira parte deste versículo não apareça em alguns manuscritos muito antigos, foi incluída na Tradução do Novo Mundo e em muitas outras traduções da Bíblia porque aparece em alguns dos manuscritos mais antigos e confiáveis.
vinho acre: Ou: “vinagre de vinho”. Em grego, óxos. Provavelmente, refere-se a um vinho ralo e azedo que em latim é chamado acetum (vinagre) ou posca quando é diluído na água. Era uma bebida barata que os pobres, incluindo os soldados romanos, geralmente tomavam para matar a sede. A Septuaginta também usa a palavra grega óxos no Sal 69:21, na profecia que diz que o Messias receberia “vinagre” para beber.
vinho acre: Veja a nota de estudo em Mt 27:48.
uma inscrição por cima dele: Alguns manuscritos acrescentam aqui palavras que poderiam ser traduzidas como: “(escrita) em letras gregas, e latinas, e hebraicas”. No entanto, essas palavras não aparecem em manuscritos muito antigos e confiáveis. Acredita-se que foram acrescentadas por copistas para harmonizar este versículo com Jo 19:20.
que estavam pendurados: O verbo grego que aparece aqui é kremánnymi (“pendurar”), e não stauróo (“executar numa estaca”). Em At 5:30 e em Gál 3:13, onde se fala da execução de Jesus, kremánnymi é usado juntamente com epí xýlou (“numa estaca ou árvore”). (Veja a nota de estudo em At 5:30.) Na Septuaginta, esse verbo é frequentemente usado com referência a pendurar uma pessoa numa estaca ou árvore. — Gén 40:19; De 21:22; Est 8:7.
Em verdade, digo-te hoje: Os manuscritos mais antigos disponíveis das Escrituras Gregas Cristãs foram escritos apenas com letras maiúsculas. E, ao contrário das línguas modernas, o texto grego não tinha espaços nem pontuação. Embora alguns escribas fizessem de vez em quando marcações no texto que podem ter servido como pontuação, essas marcações não eram usadas com frequência nem de forma consistente. Assim, para definir como o texto das Escrituras Gregas Cristãs deve ser pontuado, as traduções modernas da Bíblia baseiam-se nas regras de gramática do texto grego e no contexto do versículo. Neste versículo, a gramática do texto grego permite que se coloque uma vírgula (ou dois-pontos) tanto antes da palavra “hoje” como depois dela. No entanto, a pontuação depende de como os tradutores entendem as palavras de Jesus e do que a Bíblia como um todo ensina. Algumas edições eruditas do texto grego colocam uma vírgula antes da palavra grega para “hoje”. Entre elas estão as edições preparadas por Westcott e Hort, Nestle e Aland, e pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Contudo, para que as palavras de Jesus aqui estejam de acordo com o que ele disse noutras ocasiões e com o restante da Bíblia, a vírgula deve ser colocada depois da palavra “hoje”. Por exemplo, Jesus disse que morreria e permaneceria “no coração da terra [na sepultura]” até ao terceiro dia. (Mt 12:40; Mr 10:34) Em mais de uma ocasião, ele disse aos seus discípulos que seria morto e que seria ressuscitado apenas no terceiro dia. (Lu 9:22; 18:33) Além disso, a Bíblia diz que Jesus foi ressuscitado como “as primícias dos que adormeceram na morte” e que ele só subiu aos céus 40 dias mais tarde. (1Co 15:20; Jo 20:17; At 1:1-3, 9; Col 1:18) Portanto, visto que Jesus não foi ressuscitado no mesmo dia em que morreu, mas apenas no terceiro dia, seria impossível que o criminoso estivesse com ele no Paraíso no mesmo dia em que Jesus fez a promessa.
De acordo com isso, uma versão do Evangelho de Lucas em siríaco, conhecida como “texto siríaco curetoniano” (datada do século 5 EC), traduz assim este versículo: “Amém, eu digo a ti hoje que comigo tu estarás no Jardim do Éden.” (The Curetonian Version of the Four Gospels, de Francis C. Burkitt, volume 1, Cambridge, 1904) Também é interessante que comentaristas do texto grego, tanto antigos como mais recentes, escreveram sobre as diferenças de opinião que existiam a respeito da tradução deste versículo. Por exemplo, Hesíquio de Jerusalém, que viveu nos séculos 4 e 5 EC, escreveu sobre Lu 23:43: “Alguns textos realmente dizem o seguinte: ‘Em verdade, digo-te hoje’, e inserem uma vírgula; depois continuam: ‘Estarás comigo no Paraíso.’” (Patrologiae Graecae, volume 93, colunas 1432 e 1433) Teofilacto, que viveu nos séculos 11 e 12 EC, escreveu: “[Alguns] colocam um sinal de pontuação depois de ‘hoje’, para que a frase fique assim: ‘Em verdade, digo-te hoje.’ Depois, continuam com a expressão: ‘Estarás comigo no Paraíso.’” (Patrologiae Graecae, volume 123, coluna 1104) George M. Lamsa escreveu o seguinte sobre o uso de “hoje” em Lu 23:43: “A ênfase está na palavra ‘hoje’. O texto deveria ficar assim: ‘Em verdade, digo-te hoje: Estarás comigo no Paraíso.’ A promessa foi feita naquele dia, mas seria cumprida no futuro. Esta forma de falar é usada pelos povos do Oriente para indicar que uma promessa feita num determinado dia vai cumprir-se com certeza.” (Gospel Light—Comments on the Teachings of Jesus From Aramaic and Unchanged Eastern Customs, páginas 303 e 304) Assim, pode ser que as palavras de Jesus registadas em grego em Lu 23:43 refletissem o modo das línguas semíticas de dar ênfase. As Escrituras Hebraicas estão cheias de exemplos que mostram que, em hebraico, era comum usar a palavra “hoje” para dar peso a uma declaração de grande importância, como uma ordem ou um juramento. (De 4:26; 6:6; 7:11; 8:1, 19; 30:15; Za 9:12) As evidências acima indicam que, quando Jesus usou a palavra “hoje”, ele estava a referir-se ao dia em que a promessa foi feita, e não ao dia em que o criminoso estaria no Paraíso.
Várias traduções da Bíblia, como as que foram feitas para o inglês por Rotherham e por Lamsa (edição de 1933) e as que foram feitas para o alemão por Ludwig Reinhardt e por Wilhelm Michaelis, reconhecem que a palavra “hoje” se refere ao dia em que a promessa foi feita, e não ao dia em que se cumprirá. Nessas traduções, Lu 23:43 foi traduzido de forma parecida com a da Tradução do Novo Mundo.
Paraíso: A palavra “paraíso” vem do grego parádeisos. Existem palavras semelhantes em hebraico (pardés, em Ne 2:8; Ec 2:5; Cân 4:13) e em persa (pairidaeza). Nessas três línguas, a palavra transmite basicamente a ideia de um lindo jardim semelhante a um parque. Os tradutores da Septuaginta usaram em Gén 2:8 a palavra grega parádeisos para traduzir a palavra hebraica para “jardim” (gan) na expressão “jardim no Éden”. Algumas traduções das Escrituras Gregas Cristãs para o hebraico (chamadas J17, 18, 22 no Apêndice C) traduzem Lu 23:43 assim: “Estarás comigo no jardim do Éden.” Jesus não estava a falar do “paraíso de Deus” no céu, mencionado em Ap 2:7, visto que esse paraíso foi prometido ‘àqueles que vencerem’, ou seja, os escolhidos para reinar com Jesus. (Lu 22:28-30) Para ser um escolhido, a pessoa precisa de ‘nascer de água e espírito’ (Jo 3:5) e ‘vencer o mundo’, assim como Jesus venceu (Jo 16:33), o que não era o caso daquele criminoso. Ao que tudo indica, ele estará entre os “injustos” que serão ressuscitados para viver num paraíso na Terra debaixo do Reino que será governado por Jesus durante mil anos. — At 24:15; Ap 20:4, 6.
por volta da sexta hora: Ou seja, por volta do meio-dia. — Veja a nota de estudo em Mt 20:3.
uma escuridão: Essa escuridão foi um milagre da parte de Deus. Não pode ter sido causada por um eclipse solar, que só acontece na lua nova. Era a época da Páscoa, quando é lua cheia. Além disso, essa escuridão durou três horas, muito mais do que a duração máxima de um eclipse solar total, que é de menos de oito minutos. Lucas acrescenta no seu Evangelho que “a luz do sol falhou”. — Lu 23:45.
nona hora: Ou seja, por volta das 3 horas da tarde. — Veja a nota de estudo em Mt 20:3.
Por volta da terceira hora: Ou seja, por volta das 9 horas da manhã. No primeiro século EC, os judeus dividiam o período de luz do dia em 12 horas. (Jo 11:9) Esse período começava com o nascer do sol, por volta das 6 horas da manhã. Assim, a terceira hora seria por volta das 9 da manhã, a sexta hora seria por volta do meio-dia e a nona hora seria por volta das 3 da tarde. As pessoas daquela época não tinham instrumentos precisos para marcar o tempo. Por isso, os relatos bíblicos, geralmente, mencionam apenas a hora aproximada dos eventos. — Jo 1:39; 4:6; 19:14; At 10:3, 9.
Por volta da terceira hora: Ou seja, por volta das 9 horas da manhã. No primeiro século EC, os judeus dividiam o período de luz do dia em 12 horas. (Jo 11:9) Esse período começava com o nascer do sol, por volta das 6 horas da manhã. Assim, a terceira hora seria por volta das 9 da manhã, a sexta hora seria por volta do meio-dia e a nona hora seria por volta das 3 da tarde. As pessoas daquela época não tinham instrumentos precisos para marcar o tempo. Por isso, os relatos bíblicos, geralmente, mencionam apenas a hora aproximada dos eventos. — Jo 1:39; 4:6; 19:14; At 10:3, 9.
cortina: Veja a nota de estudo em Mt 27:51.
santuário: Veja a nota de estudo em Mt 27:51.
santuário: A palavra grega naós refere-se aqui ao edifício central do templo, onde ficavam o Santo e o Santíssimo.
cortina: Essa bela cortina ornamentada separava o Santíssimo do Santo no templo. A história judaica indica que essa pesada cortina tinha cerca de 18 metros de altura, 9 metros de largura e 7 centímetros de espessura. Quando rasgou essa cortina em duas, Jeová não só mostrou a sua ira contra aqueles que mataram o seu Filho, mas também indicou que, a partir daquele momento, o “caminho de entrada” para o céu estaria aberto. — He 10:19, 20; veja o Glossário.
confio o meu espírito: Jesus citou aqui o Sal 31:5, onde David pediu a Deus que guardasse, ou tomasse conta, do seu espírito (a sua força de vida). Isso era o mesmo que dizer que ele estava a deixar a sua vida nas mãos de Deus. Ao morrer, Jesus confiou a sua força de vida a Jeová. Portanto, qualquer esperança de ele voltar a viver dependia inteiramente de Deus. — Veja o Glossário, “Espírito”.
morreu: Ou: “expirou”. O verbo grego usado aqui, ekpnéo (lit.: “expirar; soltar o ar”), também poderia ser traduzido como “deu o seu último suspiro”. (Veja a nota de estudo em Mt 27:50.) A Bíblia mostra claramente que, quando o espírito de Jesus saiu dele, ele morreu. Jesus não estava a caminho do céu. Ele mesmo tinha predito que só seria ressuscitado no “terceiro dia”. (Mt 16:21; Lu 9:22) Como mostra At 1:3, 9, Jesus só foi para o céu 40 dias mais tarde.
entregou o seu espírito: Ou: “expirou; deu o seu último suspiro; parou de respirar”. A palavra “espírito” (em grego, pneúma) pode ser entendida aqui como se referindo ao “fôlego” ou à “força de vida”. O relato paralelo de Mr 15:37 apoia isso, porque usa o verbo grego ekpnéo (lit.: “expirar; soltar o ar”), que foi traduzido como “morreu” ou, conforme a nota de estudo, “deu o seu último suspiro”. Alguns sugerem que o uso da palavra grega traduzida como “entregou” significa que Jesus decidiu parar de lutar pela vida, visto que tudo já estava “consumado”, ou terminado. (Jo 19:30) Ele voluntariamente “derramou a sua vida até à morte”. — Is 53:12; Jo 10:11.
oficial do exército: Ou: “centurião”, um oficial do exército romano que comandava cerca de cem soldados. Os relatos paralelos em Mateus e Marcos mostram que esse oficial também reconheceu que Jesus “era o Filho de Deus”. — Mt 27:54; Mr 15:39.
José: Cada escritor dos Evangelhos tinha o seu próprio estilo, e isso fica evidente nos detalhes que eles deram ao descrever José de Arimateia. Mateus, um cobrador de impostos, diz que José era “um homem rico”. Marcos, que escreveu para os romanos, diz que ele era um “membro bem-conceituado do Conselho” que aguardava o Reino de Deus. Lucas, um médico bondoso, diz que José “era um homem bom e justo” e que não tinha votado em apoio da ação do Conselho contra Jesus. E apenas João relata que ele era “discípulo de Jesus, mas secretamente, pois tinha medo dos judeus”. — Mt 27:57-60; Mr 15:43-46; Lu 23:50-53; Jo 19:38-42.
José: Veja a nota de estudo em Mr 15:43.
membro do Conselho: Ou: “conselheiro”. Ou seja, membro do Sinédrio, o supremo tribunal judaico em Jerusalém. — Veja a nota de estudo em Mt 26:59 e o Glossário, “Sinédrio”.
Sinédrio: Ou seja, o supremo tribunal judaico em Jerusalém. A palavra grega traduzida como “Sinédrio” (synédrion) significa literalmente “sentar-se com”. Embora fosse uma palavra genérica para uma assembleia ou reunião, em Israel, podia referir-se a um tribunal religioso. — Veja a nota de estudo em Mt 5:22 e o Glossário; veja a possível localização do Sinédrio no Apêndice B12-A.
Arimateia: Veja a nota de estudo em Mt 27:57.
Arimateia: O nome dessa cidade vem de uma palavra hebraica que significa “altura”. Em Lu 23:51, é chamada “uma cidade da Judeia”. — Veja o Apêndice B10.
túmulo: Ou: “túmulo memorial”. Não se tratava de uma caverna natural, mas de uma gruta escavada na rocha calcária. Muitos desses túmulos tinham bancos de pedra ou espaços escavados nas paredes onde era possível deitar os corpos. — Veja o Glossário.
túmulo: Veja a nota de estudo em Mt 27:60.
Preparação: Veja a nota de estudo em Mt 27:62.
Preparação: Nome usado para descrever o dia antes do sábado semanal. Nesse dia, os judeus preparavam-se por deixarem prontas refeições para o sábado e por finalizarem qualquer trabalho que não pudesse esperar até depois do sábado. Nessa ocasião, o dia da Preparação calhou no dia 14 de nisã. — Mr 15:42; veja o Glossário.
túmulo: Ou: “túmulo memorial”. — Veja o Glossário, “Túmulo memorial”.
Multimédia

Esta é uma fotografia da réplica do osso de um calcanhar humano atravessado por um prego de ferro de 11,5 centímetros. A peça original foi encontrada em 1968 durante escavações no norte de Jerusalém, e é da época do Império Romano. Essa descoberta serve como prova arqueológica de que, provavelmente, se usavam pregos em execuções para prender a vítima numa estaca de madeira. Os pregos que os soldados romanos usaram para prender Jesus Cristo na estaca talvez fossem parecidos com o da fotografia. A peça original foi encontrada num ossuário (caixa de pedra onde os ossos de uma pessoa falecida eram colocados depois de a carne se ter decomposto). Isso indica que uma pessoa executada numa estaca podia receber um sepultamento, como foi o caso de Jesus.

Os judeus costumavam sepultar os mortos em grutas naturais ou escavadas na rocha. Esses túmulos geralmente ficavam fora da cidade, com exceção dos túmulos dos reis. Os túmulos judaicos que já foram descobertos destacam-se pela simplicidade. Pelos vistos, eram assim porque os judeus não achavam certo venerar os mortos nem acreditavam que, depois de morrer, a pessoa passava a viver num mundo espiritual.